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REINO UNIDO
Hoje há novo desafio
Blair sobrevive a teste crucial no Parlamento
DA REDAÇÃO
Foi por muito pouco, mas Tony
Blair sobreviveu ao maior teste à
sua liderança desde que se tornou
primeiro-ministro do Reino Unido, em 1997. Por apenas cinco votos, a Câmara dos Comuns aprovou ontem em Londres um projeto de lei que aumenta os valores
das taxas pagas pelos alunos dos
cursos universitários no país.
Sob o risco de ter a primeira
derrota no Parlamento, Blair empenhou-se bastante para conseguir apoio ao projeto. Para a vitória com um placar de 316 votos favoráveis a 311 contrários, foi fundamental a adesão de Nick
Brown, um dos líderes dos parlamentares governistas "rebeldes".
Brown justificou sua decisão dizendo que concessões feitas pelo
governo motivaram o seu apoio.
O projeto de lei, a principal peça
da agenda legislativa deste ano do
governo trabalhista, vai permitir
às universidades cobrar até 3.000
libras (cerca de R$ 16 mil) por
ano, que seriam pagas após os estudantes se formarem e começarem a ter renda própria. Atualmente, as faculdades cobram
adiantado uma taxa de 1.125 libras. Para se tornar lei, o projeto
ainda precisa cumprir uma série
de etapas, incluindo votações na
Câmara dos Lordes e na própria
Câmara dos Comuns.
Apesar de o Partido Trabalhista,
de Blair, possuir a maior bancada
majoritária na Câmara dos Comuns na história recente do Reino Unido (408 de 659 assentos), a
aprovação ficou ameaçada porque muitos parlamentares da situação viam a proposta como
uma traição à uma promessa da
campanha eleitoral de 1997 de
que não haveria aumentos nas taxas escolares.
Caso David Kelly
A votação aconteceu em uma
das semanas mais tensas do governo Blair. Hoje, lorde Brian
Hutton vai tornar público o seu
relatório sobre a morte, em julho
último, de David Kelly, cientista
especialista em armas que se suicidou após envolver-se em controvérsia relacionada às justificativas apresentadas pelo governo
britânico para entrar na guerra
contra o Iraque.
Kelly era o assessor do Ministério da Defesa identificado como a
fonte de reportagens da BBC que
questionavam as informações dadas pelo governo como provas de
que o regime de Saddam Hussein
estaria fabricando armas de destruição em massa. Segundo Kelly,
o governo de Blair procurou tornar mais "sexy" os dados sobre o
real poderio de Saddam.
Lorde Hutton, que é juiz de uma
alta corte de apelação, conduziu
audiências sobre a morte de Kelly
e a preparação do dossiê do serviço de inteligência divulgado em
setembro de 2002, que fazia graves alertas sobre o perigo representado pelo arsenal iraquiano.
Com agências internacionais
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