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DIPLOMACIA
Alemão quer dólar forte
Bush e Schröder buscam reaproximação política
MÁRCIO SENNE DE MORAES
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, e o chanceler (premiê)
alemão, Gerhard Schröder, reuniram-se ontem, em Washington,
numa tentativa de superar as dificuldades que marcaram as relações entre os dois países, em 2003,
por conta da Guerra do Iraque.
"O encontro de Bush com
Schröder, o primeiro exclusivamente entre os dois desde a Guerra do Iraque, busca aparar as arestas que apareceram em 2002, na
campanha para as eleições legislativas na Alemanha, e agravadas
em 2003, antes da guerra", disse à
Folha Michael Kreile, da Universidade Humboldt (Alemanha).
"Vale lembrar que, no ano passado, Bush chegou até a encontrar
Roland Koch [governador do Estado de Hessen e inimigo político
de Schröder], em Washington,
mas ainda não se mostrara disposto a receber o chanceler."
Todavia Schröder, que se opôs à
guerra, levantou outro problema
ontem: a fraqueza do dólar em relação ao euro, o que, para o chanceler, prejudica as exportações
alemãs. A posição oficial americana, que foi reiterada por Bush, defende um dólar mais forte. Contudo o presidente também salientou que sua influência sobre o valor da moeda é "limitada".
"A fraqueza do dólar em relação
ao euro é muito preocupante para
a Alemanha, cuja economia depende bastante das exportações.
Embora Washington sustente
que apóia um dólar forte, a fraqueza de sua moeda é favorável às
exportações americanas", analisou Charles Kupchan, do Council
on Foreign Relations (EUA).
"Com isso, numa situação em
que a economia americana ainda
não está totalmente recuperada
de sua fragilidade recente e num
ano de eleição presidencial, dificilmente os republicanos [que estão no poder nos EUA] venham a
aceitar correr o risco de prejudicar o desempenho econômico do
país, buscando fortalecer o dólar", acrescentou Kupchan.
Mesmo assim, o ponto mais importante da reunião de ontem, como ressaltou Kreile, foi a reaproximação de "dois países que compartilham valores democráticos e
têm muitos interesses comuns".
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