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GUERRA FRIA
Plano era sabotar inimigo
EUA deram à URSS tecnologia defeituosa
DA REDAÇÃO
Os Estados Unidos forneceram
à então União Soviética, durante
o governo de Ronald Reagan
(1981-1989), tecnologia defeituosa
com o objetivo deliberado de sabotar a economia daquele país.
Uma das conseqüências do plano foi a explosão, em 1982, de um
gasoduto na Sibéria, provocada
por um defeito proposital de um
programa de computador.
A revelação foi feita ontem pelo
jornal "The Washington Post",
que se baseia num livro que está
para ser publicado por Thomas
Reed, na época secretário da Força Aérea e membro do Conselho
de Segurança Nacional.
O plano de sabotagem foi aprovado pelo próprio Reagan em
1982, e o episódio do gasoduto, no
qual a CIA teve participação, é um
dos muitos provocados para enfraquecer a então superpotência,
que o presidente americano qualificara de "império do mal".
Na época, Washington procurava neutralizar uma iniciativa
européia de importar gás natural
soviético e se contrapor à espionagem industrial da URSS.
Segundo o livro de Reed, a CIA
soube por meio da França que a
KGB, a polícia secreta soviética,
havia criado uma divisão especial
para furtar tecnologia ocidental.
Foi o então presidente francês,
François Mitterrand, quem informou a Washington que a divisão
de inteligência soviética tinha um
grupo operacional cujos agentes
haviam sido identificados.
A identificação desses agentes
constou de um documento designado na época de "dossiê de despedida". De posse dele, a CIA
criou produtos defeituosos de alta
tecnologia e os transferiu aos espiões adversários, que não desconfiaram tratar-se de armadilha.
O acidente com o gasoduto,
que, segundo Reed, não teve vítimas, foi responsável por "um prejuízo monumental". O mecanismo de sabotagem era engenhoso.
O programa com defeito acionava
turbinas e válvulas. Depois de um
intervalo de funcionamento normal, o sistema criava pressão excessiva. Para os soviéticos, a explosão decorreu de um incêndio
de origem desconhecida.
Com agências internacionais
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