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CASAL 20
Coudry e Julliard viraram alvo da mídia
Belos são "rosto" de movimento estudantil
DO ENVIADO A PARIS
Quem tem mais cacife político para amedrontar o governo
são os sindicalistas, como o secretário-geral da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), o feioso Bernard Thibault.
Mas dois rostinhos estudantis,
bonitos e jovens, é que têm
emergido rumo à fama na revolta do CPE.
Ela é Julie Coudry, 27, líder da
CE (Confederação Estudantil).
Ele é Bruno Julliard, 25, presidente da Unef (União Nacional
dos Estudantes).
Estão em jornais e TVs francesas, são alvos da mídia estrangeira. Em parte pelo que
têm a dizer, mas muito também por terem uma imagem
"agradável" ao espetáculo midiático que se tornou a crise.
Se a revolta dos incendiários
do ano passado não tinha rosto
-foi liderada por centenas de
anônimos "feios, sujos e malvados" da periferia-, esta agora parece ter duas estrelas de
comercial.
O ápice veio sábado, quando
os dois leram, em frente à residência oficial do governo francês, um comunicado conjunto
esnobando o convite do premiê Dominique de Villepin para um encontro.
"Isso está ficando sério, e Villepin parece estar de provocação. Estamos mobilizados há
dois meses e não vamos parar
até que a lei seja retirada", afirmou Coudry. Ex-integrante da
Unef e primeira líder da CE,
uma dissidência da união fundada em 2003, tem cabelos cacheados e usa uma boina como
marca registrada.
"Sua posição está colocando
seu país numa situação extremamente séria, terreno fértil
para os excessos que todos
condenamos", completou Julliard, comparado a Daniel
Cohn-Bendit, o líder da revolta
estudantil de maio de 1968 que,
com dupla cidadania, hoje representa a Alemanha no Parlamento Europeu.
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