São Paulo, sábado, 28 de março de 2009

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Atentado a mesquita mata 50 no Paquistão

Horas antes de Obama divulgar seu plano para a região, homem-bomba se explode a 30 km da fronteira com Afeganistão

Alvo do ataque fica na rota usada por EUA e Otan para levar 70% dos suprimentos às tropas que combatem no país da Ásia Central

Mohammad Sajjad/Associated Press
Paquistaneses removem escombros deixados por explosão de homem-bomba em mesquita, no mais letal atentado do ano no país

DA REDAÇÃO

Horas antes de o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciar oficialmente seu plano estratégico revisado para o Afeganistão e Paquistão, ao menos 50 pessoas morreram ontem em um ataque suicida a uma mesquita numa região tribal paquistanesa a cerca de 30 km da fronteira com o Afeganistão. Foi o mais letal atentado no país neste ano.
Causada por um homem-bomba, a explosão provocou o desabamento do teto do templo, deixando ao menos 170 feridos. Segundo envolvidos na ação de resgate, o saldo de mortos pode superar 70 quando removidos todo os escombros.
Localizada na cidade de Jamrud, a mesquita destruída ficava na estrada que leva ao Afeganistão pela passagem de Khyber -principal via de acesso, por onde passam cerca de 70% dos suprimentos dos EUA e da Otan (aliança militar ocidental) às suas tropas que lutam no país da Ásia Central.
O ataque aconteceu assim que o imã responsável por conduzir a cerimônia religiosa de sexta-feira (dia sagrado para os muçulmanos) convocara o início da prece coletiva. Havia cerca de 250 pessoas na mesquita.
Tariq Hayat, principal administrador da região tribal de Khyber, acusou militantes islâmicos de terem planejado o ataque como vingança a uma recente ofensiva para assegurar a rota usada pelos militares em direção ao Afeganistão. Entre os mortos, havia muitos agentes locais de segurança.
Segundo o jornal paquistanês "Dawn", Hayat atribuiu a autoria do atentado ao grupo TNSM, que aglutina diferentes facções do Taleban no Paquistão e reivindicou responsabilidade por recentes ataques na região fronteiriça.
As forças de segurança paquistanesas estão envolvidas em diversas operações contra insurgentes na volátil região tribal que serve de refúgio a grupos ligados ao Taleban e à rede terrorista Al Qaeda.
Os EUA também têm atuado militarmente na região. Frustrados com a deficiência paquistanesa em controlar o cinturão da fronteira com o Afeganistão, os americanos têm, desde o ano passado, lançado ataques aéreos sobre o setor.
Ontem, o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, reiterou sua oposição a tais bombardeios. Segundo seu governo, essa tática de seus aliados mina o esforço de Islamabad para isolar os extremistas, na medida em que incentiva o sentimento antiamericano.


Com agências internacionais



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