|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Atentado a mesquita mata 50 no Paquistão
Horas antes de Obama divulgar seu plano para a região, homem-bomba se explode a 30 km da fronteira com Afeganistão
Alvo do ataque fica na rota usada por EUA e Otan para
levar 70% dos suprimentos
às tropas que combatem
no país da Ásia Central
Mohammad Sajjad/Associated Press
|
|
Paquistaneses removem escombros deixados por explosão de homem-bomba em mesquita, no mais letal atentado do ano no país
DA REDAÇÃO
Horas antes de o presidente
dos EUA, Barack Obama, anunciar oficialmente seu plano estratégico revisado para o Afeganistão e Paquistão, ao menos
50 pessoas morreram ontem
em um ataque suicida a uma
mesquita numa região tribal
paquistanesa a cerca de 30 km
da fronteira com o Afeganistão.
Foi o mais letal atentado no
país neste ano.
Causada por um homem-bomba, a explosão provocou o
desabamento do teto do templo, deixando ao menos 170 feridos. Segundo envolvidos na
ação de resgate, o saldo de mortos pode superar 70 quando removidos todo os escombros.
Localizada na cidade de Jamrud, a mesquita destruída ficava na estrada que leva ao Afeganistão pela passagem de
Khyber -principal via de acesso, por onde passam cerca de
70% dos suprimentos dos EUA
e da Otan (aliança militar ocidental) às suas tropas que lutam no país da Ásia Central.
O ataque aconteceu assim
que o imã responsável por conduzir a cerimônia religiosa de
sexta-feira (dia sagrado para os
muçulmanos) convocara o início da prece coletiva. Havia cerca de 250 pessoas na mesquita.
Tariq Hayat, principal administrador da região tribal de
Khyber, acusou militantes islâmicos de terem planejado o
ataque como vingança a uma
recente ofensiva para assegurar a rota usada pelos militares
em direção ao Afeganistão. Entre os mortos, havia muitos
agentes locais de segurança.
Segundo o jornal paquistanês "Dawn", Hayat atribuiu a
autoria do atentado ao grupo
TNSM, que aglutina diferentes
facções do Taleban no Paquistão e reivindicou responsabilidade por recentes ataques na
região fronteiriça.
As forças de segurança paquistanesas estão envolvidas
em diversas operações contra
insurgentes na volátil região
tribal que serve de refúgio a
grupos ligados ao Taleban e à
rede terrorista Al Qaeda.
Os EUA também têm atuado
militarmente na região. Frustrados com a deficiência paquistanesa em controlar o cinturão da fronteira com o Afeganistão, os americanos têm, desde o ano passado, lançado ataques aéreos sobre o setor.
Ontem, o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, reiterou
sua oposição a tais bombardeios. Segundo seu governo, essa tática de seus aliados mina o
esforço de Islamabad para isolar os extremistas, na medida
em que incentiva o sentimento
antiamericano.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Plano silencia antigas críticas dos aliados Próximo Texto: Rússia defende papel da região no Afeganistão Índice
|