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Nova York terá lei mais branda sobre consumo de drogas
Legisladores e governador anunciam acordo para mudar regras excessivamente "punitivas", que restringiam penas alternativas
Decisão segue tendência nova de enfatizar "redução de danos" no tratamento do tema dentro dos EUA; fora, país defende repressão
DA REDAÇÃO
Integrantes do Legislativo e
do governo do Estado de Nova
York, nos EUA, anunciaram
ontem que vão modificar a dura
legislação local quanto ao consumo de drogas, aplicada desde
os anos 70.
Em lugar do rigor que tirava
poder de decisão dos juízes, impondo penas de prisão mesmo
para crimes "não violentos" ligados ao consumo de substâncias ilícitas, a nova legislação
permitirá que os magistrados
decidam a cada caso o que fazer, podendo aplicar sentenças
de tratamento, em vez de prisão, para os usuários de drogas.
Calcula-se que as mudanças
permitirão a Nova York economizar cerca de US$ 250 milhões (R$ 570 milhões) por ano
com o seu sistema prisional.
Uma declaração conjunta do
Executivo e do Legislativo estaduais afirmou que o acordo elimina penas obrigatórias de prisão para vários casos em que os
infratores não tenham antecedentes criminais, e mesmo para reincidentes em crimes que
não sejam considerados graves.
Segundo a organização Drug
Policy Alliance -conhecida por
críticas ao tratamento criminal
tradicionalmente adotado pelos EUA em relação às drogas-,
o Estado de Nova York tem cerca de 12 mil presos por crimes
relacionados às drogas, o que
representa 21% da população
carcerária total.
Ao mesmo tempo em que dará mais poder aos juízes e será
mais tolerante com o consumidor, a nova legislação promete
ser rigorosa em relação ao tráfico. Ela também prevê gastos
maiores do governo com programas de recuperação de dependentes de drogas.
O Estado repete mudanças
no tratamento do tema que
acontecem também no governo federal. Sob pressão de grupos como o Drug Policy Alliance, Barack Obama tem tomado
medidas que indicam mudança
de enfoque na política doméstica antidrogas, embora nos fóruns internacionais, como a
ONU, o país continue defendendo a ênfase na repressão.
O novo "czar das drogas" do
governo federal, Gil Kerlikowske, é tido como favorável às políticas de "redução de danos",
que tendem a ser menos rigorosas com os consumidores de
substâncias ilícitas. Há dez dias
o governo Obama decidiu relaxar a política de punição a produtores, vendedores e consumidores de maconha em Estados onde esse uso é permitido
para fins medicinais.
Com agências internacionais
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