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Sauditas anunciam prisão de 172 ligados ao terror
Riad diz que militantes atacariam empresas petrolíferas e "figuras públicas"
Segundo governo da Arábia Saudita, detidos eram ligados à Al Qaeda e tinham consigo armas e cerca de US$ 5 milhões em dinheiro
DA REDAÇÃO
O governo da Arábia Saudita
anunciou ontem a prisão de 172
pessoas, entre sauditas e estrangeiros, envolvidos no planejamento de ações terroristas.
De acordo com o Ministério
do Interior saudita, os 172, militantes islâmicos, planejavam
atacar "homens públicos, instalações petrolíferas, refinarias
(...) e áreas militares" no país.
Foram encontrados com eles
diversos tipos de armas e munições, algumas escondidas no
deserto, e mais de 20 milhões
de riales sauditas em dinheiro
-cerca de US$ 5 milhões.
De acordo com a agência de
notícias Reuters, os detidos,
que pertenciam a sete diferentes grupos, estavam ligados a Al
Qaeda. A rede de TV americana
CNN informou, citando uma
fonte não revelada da inteligência saudita, que as prisões foram feitas ao longo de uma operação que levou nove meses.
"Alguns [dos 172 detidos] haviam começado treinamento
para usar armas, alguns foram
mandados a outros países para
aprender a pilotar aviões a fim
de se prepararem para usá-los
em operações terroristas dentro do reino [da Arábia Saudita]", afirmou em declaração o
ministro do Interior.
Ainda segundo a CNN, a
maioria dos detidos é saudita, e
os outros são de países árabes e
africanos. A rede de TV Al Arabiya afirmou que alguns deles
trabalhavam em companhias
aéreas e empresas petrolíferas;
entre os não-sauditas há iemenitas e nigerianos.
O Departamento de Estado
dos EUA elogiou a ação, por
meio do porta-voz Tom Casey.
"Sempre que agem contra pessoas envolvidas em terrorismo
é uma boa coisa", declarou.
Exibicionismo
Embora as redes de TV locais
tenham mostrado ontem policiais cercando casas, estourando células e desenterrando armas, a notícia da megaoperação
despertou suspeitas pelo menos em um diplomata do Ocidente ouvido pela Reuters.
Sem revelar o nome de sua
fonte, a agência de notícias britânica afirmou que o diplomata
acredita que muitos dos detidos não tenham papel relevante nos supostos planos terroristas. "Parece [que houve] um pequeno número de prisões importantes e muito exibicionismo", declarou a fonte.
Segundo apuração do jornal
britânico "Financial Times",
entre as prisões estão algumas
já anunciadas anteriormente,
de suspeitos no envolvimento
da morte de quatro franceses,
em fevereiro deste ano.
Militantes islâmicos ligados
à Al Qaeda lançaram em 2003
uma campanha para tentar
derrubar a monarquia saudita,
executando ataques terroristas
a instalações estrangeiras e do
governo. Desde então, afirmam
autoridades do reino, cerca de
144 pessoas, entre sauditas e
estrangeiros, incluindo membros das forças de segurança do
país, e 120 terroristas morreram em ataques e em confrontos com a polícia.
Em 2004, o terrorista saudita
Osama bin Laden, líder da Al
Qaeda, conclamou militantes a
atacarem instalações da indústria do petróleo no golfo Pérsico a fim de afetar os suprimentos do produto para o Ocidente.
A Arábia Saudita é o maior
exportador mundial de petróleo, com cerca de 7 milhões de
barris diários, e possui a quarta
maior reserva do planeta.
Com agências internacionais
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