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País segue corrente do islã radical
DA REDAÇÃO
"A sociedade saudita não é
e não poderá ser uma sociedade moderna, no sentido
que nós atribuímos ao termo, enquanto o poder for do
wahabismo", escreveu o jornalista britânico Robert
Fisk, especialista em Oriente
Médio, em texto sobre a
morte do rei Fahd, da Arábia
Saudita, em agosto de 2005.
Fisk referia-se ao poder
que os wahabitas -ramo
fundamentalista do islamismo- têm na Arábia Saudita.
Fundado no século 18 pelo
clérigo Mohamed ibn Abdul
Wahab (1703-1792), o wahabismo segue estritamente a
sharia (lei islâmica), o código
legal principal no país.
Apesar de a Arábia Saudita
ter se tornado, na segunda
metade do século 20, um dos
principais aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio, os wahabitas em tese defendem uma independência
política e cultural dos países
árabes em relação ao Ocidente. Foi o fato de a monarquia ter permitido a permanência de tropas americanas
no país depois da Guerra do
Golfo contra o vizinho Iraque, em 1991, que forneceu
ao saudita Osama bin Laden
o argumento de que os dirigentes locais não agiam de
acordo com o que pregavam.
Mas bem antes de Bin Laden ter sua cidadania saudita
cassada, o país ofereceu boa
parte do contingente árabe
que foi lutar no Afeganistão,
onde grupos islamitas combatiam a ocupação soviética.
Na época, o rei Fahd financiava madrassas (escolas religiosas) no Paquistão. Parte
desses combatentes mais
tarde se juntaria à Al Qaeda.
Dos 19 terroristas envolvidos
nos atentados do 11 de Setembro, 15 eram sauditas.
Fora da região árabe, o wahabismo está presente nas
raízes do Taleban, que governava o Afeganistão até a invasão das forças lideradas
pelos EUA ao país, em 2001.
A intolerância do Taleban foi
demonstrada, por exemplo,
com a destruição de duas
imagens gigantes de Buda esculpidas há mais de 1.500
anos, consideradas idolatria.
Após o 11 de Setembro, o
governo saudita tem procurado mostrar que se esforça
para combater o terrorismo
vinculado ao wahabismo.
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