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Congresso dos EUA é redefinido por latinos
Minoria influenciará a redistribuição dos assentos dos Estados na Câmara
Alocação de assentos será revista em função do Censo 2010, que mostrará salto populacional latino antes das eleições legislativas
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
O rápido crescimento da população latina nos EUA terá
importante impacto político
neste ano não só pelo aumento
de 80% verificado na participação no eleitorado, mas também
pela influência na redistribuição de vagas para cada Estado
no Congresso.
Essas são as conclusões de
estudos recentes de "think
tanks" ligados a grupos políticos em Washington, cada vez
mais atentos aos latinos devido
às implicações diretas de suas
preferências já nas eleições legislativas de novembro.
O NDN, ligado aos democratas, divulgou ontem o "Hispanic Rising 2010" (crescimento
latino), que dá um alerta ao partido ao mostrar que, nas três últimas eleições presidenciais, a
participação latina dentre os
votantes foi de 5% para 9%.
Após afirmar que os latinos já
são 15% da população -a maior
minoria- e deverão ser 30%
em 2050, o NDN afirma claramente que "a combinação do
Censo 2010 e as eleições de novembro" geram a necessidade
de prestar atenção extra na
"crescente influência e poder
da comunidade hispânica".
A referência ao Censo se deve
à expectativa de importantes
mudanças na distribuição de
vagas da Câmara após seus resultados, já que a alocação de
assentos é atrelada à população
de cada Estado. O NDN cita
projeções de 2009 da firma bipartidária Election Data Services para afirmar que 19 Estados
verão mudanças em sua representatividade depois do Censo
2010 -oito ganharão assentos,
e 11 perderão.
Dado que o crescimento da
população latina corresponde a
51% do crescimento geral da
população americana desde
2000, o grupo tem boa parcela
de influência nas alterações.
Isso fica mais claro quando se
analisa os Estados que mais ganham vagas segundo a projeção: Texas (com quatro assentos a mais) e Arizona (dois).
Nesses dois Estados, os latinos
contribuíram com quase 60%
do crescimento populacional
total nos últimos dez anos.
Também devem ganhar assentos Flórida, Geórgia, Nevada, Oregon, Carolina do Sul e
Utah. Os que perdem são Ohio,
Illinois, Iowa, Louisiana, Massachusetts, Michigan, Pensilvânia, Nova York e Nova Jersey.
Mas mesmo entre os que perdem a estimativa é que o resultado seria pior se não fosse pelos latinos, que representam
77% do crescimento combinado desses Estados. Além disso,
em todo o país, o registro de
eleitores latinos cresceu 54% e
o comparecimento latino cresceu 64% entre 2000 e 2008.
Apesar de terem votado em
peso em Barack Obama em
2008 (67%), os latinos apontam decepção com o presidente, e 50% classificam sua atuação como medíocre ou ruim.
Outro estudo divulgado ontem, do Birô do Censo dos EUA,
mostra que aumentou em 211%
o número de pessoas que falam
espanhol em casa no país de
1980 a 2007, contra 34% de aumento dos que falam inglês.
Os que falam inglês em casa
ainda representam a maioria
-80%. Mas, no total, o número
de pessoas nos EUA com mais
de cinco anos que falam outra
língua aumentou 140%.
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