|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Garcia teme movimento que culmine com invasão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em meio às ameaças internacionais de sanções ao Irã por
suposta produção de armas nucleares, o assessor da Presidência da República para Assuntos
Internacionais, Marco Aurélio
Garcia, disse ontem que cresce
o "movimento contrário" ao
país persa, o que pode resultar
na sua invasão militar.
Ao comentar a possibilidade
de invasão do país, Garcia comparou o Irã a uma pasta de dentes. "O problema é o seguinte:
quando se começa um determinado movimento [pró-invasão], parar esse movimento, às
vezes, é difícil. Você não consegue pôr a pasta de dentes para
dentro do tubo, empurrar para
fora é muito fácil", afirmou.
Garcia disse que "já tiraram a
tampinha" da pasta de dentes,
numa referência à possibilidade de invasão do país por tropas
de países contrários ao enriquecimento de urânio pelo
país, como os EUA. Na opinião
dele, a eventual invasão do Irã
vai trazer danos "muitos maiores" do que os registrados durante a ocupação do Iraque pelos EUA em consequência da
"alta explosividade" da região.
"O Irã não é o Iraque, são países diferentes, é um país com
grande civilização. Não é uma
construção abstrata como foi o
Iraque pós-Segunda Guerra."
Cuba
A convite da oposição, Garcia
participou ontem de audiência
pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara para explicar sua declaração de
que "em todos os países há desrespeito a direitos humanos",
usada em março para comentar
a morte por greve de fome do
dissidente cubano Orlando Zapata Tamayo.
Em fevereiro, um dia após a
morte de Tamayo, o presidente
Lula recebeu críticas ao afirmar que a Justiça de Cuba deve
ser respeitada por prender pessoas com base na lei local. A
oposição interpretou a declaração do petista como contrária
aos direitos humanos.
Garcia negou que Lula endosse violações a direitos humanos. "O presidente fez um
comentário de que importa
tanto a defesa de prisioneiros
comuns como aqueles aos
quais se possam atribuir delitos
de opinião." E disse que a oposição não tem "autoridade" para questionar a política externa
do governo brasileiro, nem sua
ligação com países como Cuba
e Venezuela.
(GABRIELA GUERREIRO)
Texto Anterior: Amorim exorta Irã a dar garantias nucleares Próximo Texto: Foco: Parlamentares ucranianos trocam socos na aprovação de pacto naval com a Rússia Índice
|