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Empresa investiga casos para prefeitura
DE LONDRES
Uma prefeitura de um distrito
de Londres tomaram uma atitude
inédita: privatizaram o combate
ao racismo. Uma das regiões mais
pobres do Reino Unido, Newham
abriu licitação pública e contratou
uma empresa para receber queixas, investigar e tomar providências legais em casos de ataques.
A companhia escolhida se chama Alert e é dirigida pelos empresários Paul Dowling e Barry Bracken. Eles desenvolveram um sistema original. Quando alguém
presta queixa de ataque racista, a
Alert manda um "detetive com
consciência social", como eles
chamam, para investigar o caso.
Na maioria das vezes, eles esclarecem se as denúncias são procedentes e quem são os autores do
ataque ao ouvir os depoimentos
das pessoas das comunidades.
Mas, em alguns casos, apelam para outras técnicas, como esconder
uma filmadora para reunir provas
contra um vizinho que picha a
porta ou joga pedras na janela de
uma vítima de ataque racista.
O passo seguinte é levar as provas à Justiça e pedir que o agressor
seja expulso da casa onde mora, já
que a maioria dos residentes de
Newham usa residências da prefeitura, que cobra aluguel muito
mais baixo do que o cobrado por
companhias privadas.
"Nossa única arma é punir os
agressores com a expulsão de suas
casas. Isso costuma funcionar
porque intimida quem está pensando em fazer algum ato agressivo", diz Dowling.
Foi assim que os "detetives com
consciência social" conseguiram
expulsar cinco famílias que, durante 12 anos, atormentaram,
ameaçaram e agrediram vizinhos
no bairro de Walthamstow. Os
funcionários da Alert reuniram
provas de que até crianças de quatro anos de idade estavam aterrorizando os vizinhos, jogando cacos de vidro na caixa de correio.
Num distrito vizinho a Newham, a Alert faz um trabalho
ainda mais radical. Ali, eles foram
contratados para investigar, denunciar e tomar providências
contra discriminação, seja por
cor, religião, sexo, idade, renda ou
outra razão qualquer. "Se a pessoa não for atendida no serviço
público porque é pobre demais,
por exemplo, nós somos acionados para defendê-la", explica
Bracken.
(RG)
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