São Paulo, sábado, 28 de maio de 2005

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A LUTA CONTINUA

Veracidade dos relatos não foi confirmada

Japoneses pensam que 2ª Guerra não acabou

DA REDAÇÃO

Pode ser só um engodo, mas, se for verdade, a história da Segunda Guerra Mundial ganhará mais um capítulo espantoso. Dois octogenários garantem que são soldados do Exército Imperial japonês e que viveram durante os últimos 60 anos nas florestas da ilha de Mindanao, nas Filipinas, aparentemente sem saber que a guerra acabou há seis décadas.
Segundo o empresário japonês que os encontrou na ilha filipina, próximo à cidade de General Santos (1000 km ao sul de Manila), eles queriam voltar para o Japão, mas não o fizeram por medo de enfrentarem corte marcial por deserção. Eles não sabiam que o Exército Imperial não existe mais.
O empresário contatou a Embaixada japonesa em Manila, informou-a sobre os dois homens e marcou um encontro com diplomatas num hotel, anteontem. Mas, no horário marcado, nenhum sinal do empresário, nem dos soldados.
"Começamos a duvidar das informações. Mas vamos esperar mais um dia", disse ontem o adido de imprensa da embaixada japonesa, Shuhei Ogawa, que pensa no entanto ser cedo para descartar as informações.
Yu Kameoka, porta-voz do premiê japonês, Junichiro Koizumi, foi mais otimista, dizendo que os soldados provavelmente relutaram em aparecer devido à multidão de curiosos e jornalistas que os esperava.
A imprensa japonesa disse que os soldados são Yoshio Yamakawa, 87, e Tsuzuki Nakaushi, 85. Ainda não está claro como eles teriam sobrevivido nas selvas por 60 anos .

Guerreiro no Brasil
Um caso semelhante ocorreu em 1974. O tenente japonês Hiroo Onoda foi encontrado patrulhando outra ilha das Filipinas, sem ter idéia de que a Segunda Guerra terminara.
Onoda voltou ao Japão, onde foi recebido como herói, mas logo emigrou para o Brasil, onde comprou uma fazenda no Mato Grosso do Sul.
Por sua história -e por permitir que militares brasileiros treinassem em suas terras-, Onoda foi condecorado pela Força Aérea Brasileira com a medalha Mérito Santos-Dumont, em dezembro de 2004.


Com agências internacionais

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