São Paulo, sábado, 28 de maio de 2011

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Sérvio-bósnio alegará saúde frágil contra extradição

Preso após 16 anos, Mladic responde a 15 crimes em corte especial da ONU

Ele é acusado de liderar massacres na Guerra da Bósnia; decisão sobre a extradição deverá sair a partir de segunda-feira


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A defesa do ex-chefe militar sérvio-bósnio Ratko Mladic, preso anteontem depois de 16 anos foragido, tentará evitar extradição à Holanda, sede do tribunal da ONU para a ex-Iugoslávia, com base no seu frágil estado de saúde.
A Justiça sérvia deu ontem autorização inicial para a extradição de Mladic, mas ainda cabe recurso. Uma decisão final deve ocorrer a partir da próxima segunda-feira.
Mladic, que liderou o Exército sérvio-bósnio durante a Guerra da Bósnia (1992-95), responde a 15 acusações no Tribunal Penal Internacional para Ex-Iugoslávia, da ONU.
Entre os crimes a ele atribuídos estão o massacre de Srebrenica (1995), em que mais de 8.000 muçulmanos foram assassinados, e o cerco de mais de três anos a Sarajevo, a capital da Bósnia.
Se condenado, Mladic pode receber sentença de prisão perpétua, uma vez que não existe pena de morte.
Segundo seu advogado e amigo de longa data, Milos Saljic, o ex-líder militar teve dois ataques cardíacos e três derrames que chegaram a deixá-lo paralisado e hoje comprometem movimentos de um de seus braços.
Mladic, 69, diz o advogado, tem a boca deformada, pele pálida e apresenta má higiene e má nutrição pelos anos em que viveu recluso.
"Se ele for para Haia [a sede do tribunal], não vai durar três anos. Vai voltar em um caixão", afirmou Saljic, segundo o "New York Times".
O filho de Mladic, Darko, também foi a público defender a não extradição do pai e fez descrição similar à do advogado sobre a sua saúde.
Ambos disseram que pedirão exame por parte de equipe médica "independente".
Um dos promotores que defendem a sua extradição, Bruno Vekaric admitiu que Mladic tem tomado muitos remédios, mas disse que ele "reage muito racionalmente ao que está acontecendo".
O TPI para a ex-Iugoslávia, por sua vez, disse ter todas as condições para atender réus com problemas de saúde.


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