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NÁUFRAGO
EUA permitirão venda de remédio e comida à ilha
Elián pode retornar hoje a Cuba, se a Suprema Corte dos EUA deixar
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
O menino cubano Elián González, 6, pode regressar a Cuba hoje,
se um apelo de seus familiares de
Miami não for aceito pela Suprema Corte dos EUA.
Seus familiares entraram anteontem com um pedido formal
junto à mais alta instância da Justiça dos EUA, solicitando a permanência do garoto em território
norte-americano até que a Suprema Corte tenha a oportunidade
de deliberar sobre seu caso.
Juristas afirmaram ontem que o
recurso dos familiares do menino
que vivem em Miami tem poucas
chances de obter sucesso e que a
estada de Elián nos Estados Unidos está chegando ao fim.
Elián vive atualmente com o
pai, a madrasta e o meio-irmão
numa casa histórica situada na
zona residencial de Washington.
Elián chegou aos EUA em novembro, depois que a embarcação que o trazia ao país com outros imigrantes ilegais naufragou.
Sua mãe e seu padrasto morreram afogados. Ele foi encontrado
no mar, próximo à costa da Flórida, e foi acolhido por parentes
que vivem em Miami, que reivindicam a sua guarda.
Esses parentes pedem agora à
Suprema Corte que se pronuncie
quanto a uma questão que consideram essencial para o caso: "pode o Serviço de Imigração e Naturalização dos EUA privar uma
criança estrangeira de seu direito
constitucional de solicitar asilo
político, sem conduzir nenhuma
investigação nem ouvir o que
pensa o próprio Elián?"
O tribunal de apelações de
Atlanta rejeitou solicitação nesse
sentido dos parentes de Miami e
disse que sua última decisão, que
exigia que o pai de Elián -Juan
Miguel González- mantivesse o
garoto nos EUA, deixa de ter valor
legal hoje às 16h, horário local
(17h de Brasília).
Isso significa que, salvo decisão
contrária da Suprema Corte, Juan
Miguel e família, incluindo Elián,
podem voltar a Cuba a partir das
16h01 de hoje.
Embargo
Os EUA, numa histórica mudança de política em relação à ilha
governada por Fidel Castro, autorizarão vendas ilimitadas de alimentos e remédios a Cuba pela
primeira vez em 40 anos, segundo
acordo firmado ontem por líderes
republicanos do Legislativo.
O acordo deve abrir caminho
para a aprovação do Congresso
de pedidos de fazendeiros e de
grupos empresariais dos EUA.
Eles querem que remédios e alimentos não façam parte do embargo norte-americano.
Numa concessão a grupos anticastristas e a membros mais conservadores do Congresso, a nova
medida não autorizaria financiamento oficial norte-americano,
para ajudar o governo cubano a
comprar alimentos ou remédios.
A decisão dos líderes do Congresso é uma mudança radical
das sanções impostas no início da
década de 60, cujo objetivo era o
de isolar o regime de Castro.
Os defensores da mudança argumentam que o embargo imposto a Cuba é uma relíquia da
Guerra Fria e que a aproximação
econômica seria mais eficaz no
que diz respeito a estimular a democracia, além de beneficiar fazendeiros norte-americanos.
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