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São Paulo, sábado, 28 de junho de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Menino foi confundido com um homem armado; em novo ataque às tropas dos EUA, soldado é alvejado na nuca

Americanos matam iraquiano de 11 anos

DA REDAÇÃO

Um soldado dos EUA foi gravemente ferido ontem ao receber um tiro na nuca enquanto examinava uma banca de camelô no subúrbio de Kadhimiya, noroeste de Bagdá. Em outro incidente na capital, um menino de 11 anos foi morto por soldados que o tomaram por um homem armado.
Segundo o major Sean Gibson, porta-voz militar dos EUA, os soldados atiraram ao ver uma pessoa com um fuzil AK-47 movimentando-se sobre a laje de uma casa. "Só ao procurarem [o corpo] descobriram se tratar de um menino de 11 anos", disse Gibson.
Os americanos estão em estado de alerta no Iraque após sofrerem 21 baixas em "situações hostis" -como o Comando Central Americano (Centcom) chama as mortes em confronto com iraquianos- desde que o fim das principais operações de combate foi declarado, em 1º de maio.
Ontem, em viagem presidencial à Califórnia, o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, minimizou os ataques das últimas semanas, mas lamentou as baixas. "O presidente [George W. Bush] está determinado a fazer o que prometeu: ajudar a estabilizar o Iraque. E o Iraque está se tornando, em muitos pontos, mais estável. A violência está em locais isolados."
No incidente com o soldado ontem, testemunhas disseram que o tiro veio de uma aglomeração e que não foi possível identificar o agressor. Ninguém foi preso.
Em contrapartida, o Centcom anunciou a detenção de seis iraquianos suspeitos pelo desaparecimento de dois soldados na região de Balad, 90 km ao norte de Bagdá, anteontem. As buscas pelos soldados prosseguem.
Em Bagdá, onde a tensão é alimentada pela constante falta de eletricidade, um caminhão americano foi atingido por explosivos, mas não houve vítimas. Em Baquba, 70 km a noroeste da capital, dois americanos foram feridos em um ataque com granadas de morteiro. E em Basra (sul), soldados britânicos descobriram um lança-mísseis dentro de um hospital -durante a guerra, o então ditador Saddam Hussein infiltrou tropas e armamentos em bairros residenciais para dificultar os bombardeios anglo-americanos.
O Pentágono anunciou ontem o retorno dos cinco guardas de fronteira sírios feridos por suas tropas no último dia 18, durante ataque a uma caravana iraquiana que cruzava a fronteira supostamente levando foragidos. Os EUA ainda não esclareceram o envolvimento sírio no incidente, tampouco em que lado da fronteira o ataque ocorreu.


Com agências internacionais


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