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Kirchner busca vitória para fortalecer governo da mulher
Ex-presidente lidera esforço governista
na eleição que renova Congresso
argentino
Impopular desde o conflito
com o campo, Cristina deve
perder maioria no Poder
Legislativo; pleito dá início
à corrida pela sucessão
Cézaro de Luca/Efe
![](../images/e2806200901.jpg) |
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O ex-presidente Néstor Kirchner, trunfo eleitoral do governo
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
Com papéis trocados, Néstor
e Cristina Kirchner, o casal que
governa a Argentina desde
2003, enfrenta hoje seu maior
desafio eleitoral, em uma eleição legislativa que põe em jogo
a governabilidade da gestão e
abre a corrida presidencial de
2011 no país.
Se em 2005 Cristina fortaleceu a Presidência de Kirchner
ao vencer disputa pelo Senado,
hoje o ex-presidente busca uma
vaga no Congresso como porta-voz de um governo debilitado
por um conflito histórico com o
campo e pelo fim de seis anos
de crescimento econômico.
Com popularidade em 30%
desde o confronto com agropecuaristas pelo aumento de impostos sobre exportações, os
Kirchner veem a oposição e até
dissidentes do peronismo (partido do governo) assumirem o
discurso da mudança.
Independentemente do resultado, que deve selar o fim da
maioria governista no Congresso, serão eleições marcadas
pela estratégia do governo, que
adiantou o pleito em quatro
meses sob a alegação de encurtar disputas políticas para enfrentar a crise econômica.
Para uma eleição que renova
metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado, o governo pôs todas as fichas na
Província de Buenos Aires,
maior colégio eleitoral, com
37% dos votantes. Repetiu a
chapa presidencial de 2003,
com Kirchner e seu ex-vice, o
hoje governador Daniel Scioli,
candidatos à Câmara.
Introduziu assim uma nova
atitude política no país, lançando governador, ministro e prefeitos a cargos que não assumirão, para puxar votos e "defender o modelo" kirchnerista.
O governo vê a eleição como
um plebiscito da era Kirchner.
Em campanha de poucas propostas, pôs a polêmica sobre estatismo contra privatizações
no centro do debate.
De palanques que privilegiaram o entorno pobre da Grande
Buenos Aires, Kirchner defendeu estatizações do governo de
Cristina -como a da Aerolíneas Argentinas e da Previdência privada- e associou os rivais aos governos Carlos Menem (1989-1999) e Fernando
de la Rúa (1999-2001).
A oposição chegou dividida
ao pleito. Na Província, a maior
ameaça ao governo é a Unión-PRO, aliança de centro-direita
entre peronistas dissidentes e o
prefeito de Buenos Aires e provável candidato à Presidência
em 2011, Mauricio Macri.
A chapa da Unión-PRO, encabeçada pelo empresário
Francisco de Narváez, polarizou a eleição com Kirchner. As
últimas pesquisas não permitiam dizer qual das duas terá
mais votos na Província.
A outra força opositora é o
Acordo Cívico e Social -aliança de centro-esquerda entre
União Cívica Radical, rival histórica do peronismo, e a Coalizão Cívica de Elisa Carrió, segunda colocada na eleição presidencial de 2007. Embora em
terceiro lugar na Província de
Buenos Aires, é o setor opositor
com maior presença nacional.
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