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Fracasso em eleição legislativa é prenúncio de perda da Presidência
DE BUENOS AIRES
Desde a redemocratização na
Argentina, em 1983, as eleições
legislativas de metade de mandato têm consequências decisivas para a disputa presidencial
seguinte. Como em 1987, 1997 e
2001 -as três vezes em que o
governo da vez perdeu-, o pleito de hoje ocorre com a economia do país em problemas.
Em 1987, a derrota da UCR
(União Cívica Radical), partido
do presidente Raúl Alfonsín
(1983-1989), retirou força política do governo, afastou sindicalistas e abriu caminho para a
vitória do peronismo em 1989,
com Carlos Menem.
Fortalecido pela vitória governista na eleição legislativa
de 1993, Menem negociou o
chamado Pacto de Olivos com
Alfonsín, reformou a Constituição e instituiu a reeleição no
país, obtendo vitória clara em
1995, com quase 50% dos votos.
Em 1997, acossado por denúncias de corrupção e pelas
crises mexicana e asiática, o governo perdeu até em seus redutos. Cresceu o espaço para uma
força opositora, e a Aliança
-união entre UCR e Frepaso-
caminhou para a vitória de Fernando De la Rúa em 1999.
Com poder condicionado pela crise econômica, De la Rúa e
a Aliança foram derrotados nas
legislativas de 2001, marcadas
pelo "voto-bronca" contra o governo. O pleito compôs o coquetel explosivo que resultou
na crise econômica de 2001 e
na renúncia de De la Rúa.
A eleição de 2005 marcou
uma disputa interna no peronismo entre os setores de Néstor Kirchner, então presidente,
e de seu antecessor, Eduardo
Duhalde. A vitória do governo,
puxada pela eleição ao Senado
da atual presidente, Cristina
Kirchner, minou as bases de
sustentação da liderança de
Duhalde e alinhou o peronismo
com Kirchner.
Hoje, após briga histórica
com o campo e sem a economia
a favor, é o governo quem tenta
manter hegemonia no partido e
no Congresso, onde a perda de
cadeiras é dada como certa.
(TG)
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