São Paulo, domingo, 28 de junho de 2009

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Fracasso em eleição legislativa é prenúncio de perda da Presidência


DE BUENOS AIRES

Desde a redemocratização na Argentina, em 1983, as eleições legislativas de metade de mandato têm consequências decisivas para a disputa presidencial seguinte. Como em 1987, 1997 e 2001 -as três vezes em que o governo da vez perdeu-, o pleito de hoje ocorre com a economia do país em problemas.
Em 1987, a derrota da UCR (União Cívica Radical), partido do presidente Raúl Alfonsín (1983-1989), retirou força política do governo, afastou sindicalistas e abriu caminho para a vitória do peronismo em 1989, com Carlos Menem.
Fortalecido pela vitória governista na eleição legislativa de 1993, Menem negociou o chamado Pacto de Olivos com Alfonsín, reformou a Constituição e instituiu a reeleição no país, obtendo vitória clara em 1995, com quase 50% dos votos.
Em 1997, acossado por denúncias de corrupção e pelas crises mexicana e asiática, o governo perdeu até em seus redutos. Cresceu o espaço para uma força opositora, e a Aliança -união entre UCR e Frepaso- caminhou para a vitória de Fernando De la Rúa em 1999.
Com poder condicionado pela crise econômica, De la Rúa e a Aliança foram derrotados nas legislativas de 2001, marcadas pelo "voto-bronca" contra o governo. O pleito compôs o coquetel explosivo que resultou na crise econômica de 2001 e na renúncia de De la Rúa.
A eleição de 2005 marcou uma disputa interna no peronismo entre os setores de Néstor Kirchner, então presidente, e de seu antecessor, Eduardo Duhalde. A vitória do governo, puxada pela eleição ao Senado da atual presidente, Cristina Kirchner, minou as bases de sustentação da liderança de Duhalde e alinhou o peronismo com Kirchner.
Hoje, após briga histórica com o campo e sem a economia a favor, é o governo quem tenta manter hegemonia no partido e no Congresso, onde a perda de cadeiras é dada como certa. (TG)



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