São Paulo, domingo, 28 de junho de 2009

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Derrota obrigará casal a ser mais flexível ou a governar por decreto

DE BUENOS AIRES


Se analistas políticos dão como certo que o governo perderá maioria no Congresso, o cenário pós-eleitoral é incerto: há previsões distintas sobre como se comportarão os Kirchner sem domínio legislativo e o respaldo do caixa estatal.
Há quem veja pela frente uma gestão do casal mais negociada, para aprovar iniciativas no Congresso e no partido.
"Néstor se fortaleceu na Grande Buenos Aires, mas não negociou com dirigentes peronistas provinciais, os apertava com recursos e dizia: se alinhem ou morram. Isso não vai funcionar mais, porque o Estado não vai ter o superávit que teve até agora para financiar subsídios", diz o historiador Luis Romero.
Outro prognóstico aposta que, uma vez mais debilitado politicamente, o governo vai procurar dar sinais de força em suas ações, lançando mão de discricionariedade do Executivo para eludir o Congresso.
"Em vez de projetos de lei, o governo fará política com resoluções ministeriais e circulares do Banco Central", prevê o analista Rodrigo Mallea.
Sobre possíveis reflexos da eleição para o Brasil, Mallea diz que uma derrota dura dos Kirchner deixará claro o giro da opinião pública rumo a líderes mais moderados da política argentina, que discordam, por exemplo, da relação estreita do governo com o presidente Hugo Chávez, da Venezuela.
Nesse sentido, afirma, o clima rumo a 2011 na Argentina estaria mais propício a aproximações com Brasil e Chile.
A oposição, dividida em duas frentes, já acertou uma agenda parlamentar conjunta -que inclui reforma dos chamados "superpoderes" do Executivo no manejo do Orçamento e do controle externo do Judiciário.
Ainda é cedo para saber se haverá convergência. "As eleições presidenciais não estão longe, e essas frentes vão estar limitadas porque competirão entre si", diz Romero. (TG)



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