|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Derrota obrigará casal a ser mais flexível ou a governar por decreto
DE BUENOS AIRES
Se analistas políticos dão como certo que o governo perderá maioria no Congresso, o cenário pós-eleitoral é incerto: há
previsões distintas sobre como
se comportarão os Kirchner
sem domínio legislativo e o respaldo do caixa estatal.
Há quem veja pela frente
uma gestão do casal mais negociada, para aprovar iniciativas
no Congresso e no partido.
"Néstor se fortaleceu na
Grande Buenos Aires, mas não
negociou com dirigentes peronistas provinciais, os apertava
com recursos e dizia: se alinhem ou morram. Isso não vai
funcionar mais, porque o Estado não vai ter o superávit que
teve até agora para financiar
subsídios", diz o historiador
Luis Romero.
Outro prognóstico aposta
que, uma vez mais debilitado
politicamente, o governo vai
procurar dar sinais de força em
suas ações, lançando mão de
discricionariedade do Executivo para eludir o Congresso.
"Em vez de projetos de lei, o
governo fará política com resoluções ministeriais e circulares
do Banco Central", prevê o analista Rodrigo Mallea.
Sobre possíveis reflexos da
eleição para o Brasil, Mallea diz
que uma derrota dura dos
Kirchner deixará claro o giro da
opinião pública rumo a líderes
mais moderados da política argentina, que discordam, por
exemplo, da relação estreita do
governo com o presidente Hugo Chávez, da Venezuela.
Nesse sentido, afirma, o clima rumo a 2011 na Argentina
estaria mais propício a aproximações com Brasil e Chile.
A oposição, dividida em duas
frentes, já acertou uma agenda
parlamentar conjunta -que inclui reforma dos chamados "superpoderes" do Executivo no
manejo do Orçamento e do
controle externo do Judiciário.
Ainda é cedo para saber se
haverá convergência. "As eleições presidenciais não estão
longe, e essas frentes vão estar
limitadas porque competirão
entre si", diz Romero.
(TG)
Texto Anterior: Fracasso em eleição legislativa é prenúncio de perda da Presidência Próximo Texto: Honduras se divide sobre consulta por nova Constituinte Índice
|