São Paulo, domingo, 28 de junho de 1998

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Capital vive sob tensão constante

do enviado especial

O alto nível de violência em Bogotá pode ser sentido pelo número de policiais e pelo clima de tensão transmitido pela população. Segundo a prefeitura, há cerca de 8.000 policiais que se revezam nas ruas, em especial no centro, sempre bem armados.
Mas esse número não é suficiente para uma população de cerca de 6 milhões. Praticamente todo estabelecimento comercial, hotel, restaurante, empresa ou prédio possui sua equipe de segurança.

Terrorismo
Durante os anos 80 e início dos 90, Bogotá foi alvo do terrorismo patrocinado pelo narcotráfico. Atualmente, a violência é praticada pelo crime organizado -sequestros e assaltos a bancos, residências e empresas - e por delinquentes comuns. A guerrilha não costuma atuar na capital.
Os bogotanos, em geral simpáticos e descontraídos, parecem estar em permanente estado de alerta quando andam pelas ruas. Mesmo os jovens pensam duas vezes antes de parar para responder a uma pergunta ou dar uma informação.
Mas os brasileiros que vivem em grandes cidades também estão acostumados com a violência. Com os cuidados básicos, é possível transitar por Bogotá sem maiores problemas.

Contrastes
Fundada em 1539 pelos conquistadores espanhóis aos pés da cordilheira Oriental, uma das três que atravessam o país, Bogotá é uma metrópole caótica, com trânsito intenso, barulho e poluição.
Mas basta se aproximar das encostas cobertas de pinheiros e eucaliptos para sentir o clima e o silêncio da montanha. Situada a uma altitude de 2.650 metros, a temperatura raramente ultrapassa os 20 graus Celsius.
Os bairros ricos ficam ao norte. Chamam atenção os apartamentos, construídos perto das montanhas, sempre bem protegidos, e os modernos centros comerciais.
A menos de 20 km para o sul, Bogotá transforma-se numa cidade pobre, com ruas esburacadas e sujas, casas e prédios inacabados, favelas penduradas nas encostas frias e sem árvores.
Há também bairros populares dignos e simpáticos, especialmente os mais antigos, e de classe média. O centro colonial é bem preservado. Enfim, é uma típica capital latino-americana, com sua mescla de riqueza e pobreza, requinte e desorganização. (OD)



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