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Cidade teve "aula prática' sobre consumo de álcool
do enviado especial
Durante sua gestão como prefeito, Antanas Mockus desenvolveu
outros projetos polêmicos relacionados ao combate à violência.
Ele propôs que os alunos de segundo grau participassem de atividades nas quais o uso do álcool e
suas consequências fossem discutidas por meio de jogos. Ao final,
haveria uma experiência prática,
acompanhada de um professor.
"Isso vem da idéia de Platão de
que uma pessoa mais experiente
pode ajudar o jovem a experimentar coisas novas de maneira prudente e ilustrada", disse Mockus,
que é professor-assistente da Faculdade de Matemática da Universidade Nacional e também se interessa por filosofia.
Os alunos participariam de dois
jogos. O primeiro informaria sobre os efeitos do álcool, as dosagens de cada bebida etc. No segundo, cada participante interpretaria
um papel típico do universo do álcool: o bêbado violento, a mulher
vítima de violência etc.
"Depois, haveria uma confraternização em que os jovens beberiam junto com o professor e, por
fim, uma avaliação", diz.
A idéia foi muito combatida e
acabou não sendo implementada
oficialmente. "Mas provocou discussão e acho que acabou sendo
testada em algumas escolas", diz.
Mockus também promoveu
"jornadas de vacinação contra a
violência infantil". Cerca de 40
mil pessoas, desde crianças até
adultos, tornaram públicos maltratos sofridos durante a infância.
As seções ocorreram em parques
e praças. O voluntário desenhava
numa bexiga o rosto da pessoa que
o maltratou quando criança. O
rosto então era colocado sobre um
corpo e a pessoa dizia tudo o que
tinha vontade para o boneco à sua
frente.
Depois, pendurava numa árvore
uma mensagem relacionada à
idéia de não-violência. Por fim, recebia uma vacina (gotas de água)
contra a violência infantil.
Também foram criados novos
locais de atendimento a mulheres
e crianças vítimas de violência doméstica. O número de casos atendidos saltou de 15 mil na administração anterior para 75 mil.
Um terceiro projeto, apenas parcialmente realizado, foi o desarmamento da população de Bogotá, onde estima-se que existam
cerca de 200 mil cidadãos armados
(60 mil têm porte de arma).
Inicialmente, o prefeito queria
suspender os portes de arma durante os finais de semana. Mas a
medida não foi em frente porque
requeria a aprovação de outros níveis de governo.
Desarmamento voluntário
Promoveu-se, então, uma campanha de desarmamento voluntário: 2.538 armas foram entregues
por seus proprietários em igrejas
de Bogotá (em troca de um bônus
no valor de US$ 80). As armas foram fundidas e transformadas em
colheres de bebê.
"A posse de uma arma é um fator de risco a mais na vida do cidadão comum", diz Mockus. "Para
cada indivíduo que a utiliza para
se defender, 42 são vítimas de problemas com a arma."
(OD)
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