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Crescem ataques contra aeromoças nos EUA
ALESSANDRA BLANCO
de Nova York
Uma nova ameaça em vôos de
companhias norte-americanas está assustando as aeromoças muito
mais do que riscos de acidentes ou
terrorismo: a agressão por parte
de passageiros descontrolados.
Não há estatísticas nacionais oficiais sobre agressões, mas números apresentados pela Federal
Aviation Administration, órgão
regulador da aviação, como sendo
de "uma das maiores companhias
aéreas" dos EUA, mostram que,
em 1994, houve 296 incidentes envolvendo passageiros e comissários de vôo, sendo 33 deles com
agressões físicas, em 1997, o número de incidentes passou para
921, com 207 agressões.
Neste ano, até março, haviam sido registrados 258 incidentes, com
63 agressões.
Os números foram apresentados
em uma sessão especial do Comitê
de Aviação do Senado norte-americano, ocorrida em 11 de junho,
em que, além da Federal Aviation
Administration, foram ouvidos
testemunhos de aeromoças agredidas durante vôos, o sindicato de
comissários de vôo e o de pilotos.
A idéia é pressionar a própria Federal Aviation Administration
(FAA), o governo e as companhias
aéreas para a aprovação de uma lei
que determine punições severas
para as chamadas "interferências" de passageiros com funcionários de companhias aéreas.
Já existe uma regulamentação da
FAA que proíbe esse tipo de "interferência", mas isso ainda é considerado muito pouco. Em seu depoimento, Patricia Friend, presidente internacional da Associação
de Comissários de Vôo, pediu
uma lei que determine, além de
uma multa paga pelos "passageiros perturbadores", uma punição
com prisão para casos graves.
Entre esses casos estariam o de
Christa Tess, que apanhou de um
passageiro três vezes durante um
vôo, o de Nancy Gray, que teve a
bacia quebrada e o joelho deslocado por um passageiro, o de Carol
Knaffl, que, ao sair do banheiro do
avião, encontrou um passageiro
com o pênis fora da calça, que urinou sobre ela, e de outras dezenas
de aeromoças (leia textos). Nenhuma delas teve qualquer tipo de
apoio por parte de suas companhias aéreas.
"Eu gostaria de colocar duas
questões sobre ameaças à segurança em aeronaves. Primeiro, quantas aeronaves americanas tiveram
bombas no último ano? Segundo,
quantas foram sequestradas? Felizmente, a resposta é nenhuma,
porque há medidas de segurança
tomadas por companhias aéreas
quanto a isso. No entanto, para a
pergunta 'quantos vôos tiveram
episódios de interferência de passageiros no ano passado?', a resposta é milhares", disse em seu depoimento no Senado o presidente
do Comitê de Segurança Nacional
da Associação de Pilotos de Avião,
capitão Stephen Luckey.
Os motivos das agressões são: alcoolismo (25%), problemas com
assento, como pedido negado para mudança para classe melhor
(16%), comportamento hostil de
passageiros (12%), problemas
com a exigência de não fumar durante o vôo (10%), problemas com
excesso de bagagem de mão (9%),
desagrado com alguma atitude do
comissário (8%), entre outros.
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