São Paulo, domingo, 28 de junho de 1998

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"Ele urinou em cima de mim'

de Nova York

Carol Knaffl é aeromoça há dez anos e diz já estar acostumada com grosserias e até algumas cantadas de passageiros, o que é considerado corriqueiro na sua profissão.
No dia 23 de março, no entanto, Carol esperou a aterrissagem do avião, que ia de Charlotte (Carolina do Norte) para Fort Lauderdale (Flórida) e a saída da maioria dos passageiros para ir ao banheiro da aeronave.
Quando saiu, ao abrir a porta, encontrou um dos passageiros com o zíper da calça aberto e o pênis para fora.
"Ele me olhou, se expôs e, sem dizer uma palavra, começou a urinar em cima mim, no chão da aeronave e na porta. Sua urina correu pela minha calça, minhas pernas, meus pés e meus sapatos. Eu tentei chamar os outros comissários de vôo, mas o telefone estava inoperante", disse Carol.
Ao descer do avião, seguranças do aeroporto conseguiram prender o passageiro a pedido de Carol, mas a informação que teve da companhia onde trabalha foi de que, se quisesse processar o passageiro, teria de pagar todas as despesas.
A empresa afirma que, apesar de estar dentro do avião, no momento da agressão ela estava deixando o banheiro e não necessariamente cumprindo suas funções. Portanto, o "incidente" não teria relação com a companhia.
Em seu depoimento no Senado, Carol se recusou a dar o nome da companhia onde trabalha, temendo algum tipo de retaliação.
Segundo ela, as companhias aéreas são tão preocupadas em não ofender seus clientes que, além de não barrar passageiros alcoolizados, acabam dando gratificações a eles. Aqueles que apresentam "mau comportamento" acabam ganhando passagens gratuitas ou trocando seus lugares por assentos na primeira classe.



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