São Paulo, Segunda-feira, 28 de Junho de 1999
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Los Angeles quer dispositivo de segurança

de Nova York

O principal argumento usado na ação da Prefeitura de Los Angeles contra os fabricantes de armas é o de que eles ferem a lei de proteção ao consumidor do Estado porque não colocam dispositivos de segurança em seus produtos.
Leia a seguir entrevista feita por telefone com Carmel Sella, assistente especial da Procuradoria Municipal de Los Angeles, que está cuidando do caso.

Folha - Em que a ação está baseada?
Carmel Sella -
Nossa ação está baseada principalmente na lei de proteção ao consumidor da Califórnia. Essa lei diz que uma empresa não pode incorrer numa prática "injusta" de comércio.
A ação afirma que "projetar e vender uma arma que não tenha dispositivos de segurança para dificultar seu uso por crianças é uma prática injusta".

Que proteção poderia haver?
Carmel -
Por exemplo, uma criança de 3 anos tem força suficiente nas mãos para disparar o gatilho. Isso não pode acontecer. Vários produtos têm algum tipo de proteção. Um exemplo básico é o frasco de aspirinas, que é bastante difícil de abrir. Nosso objetivo é forçar a indústria de armas a usar dispositivos que outros setores já usam.

Existe outro argumento?
Carmel -
O outro argumento da ação tem a ver com o modo muito fácil como um criminoso consegue comprar uma arma. Depois que ela sai da fábrica, a empresa se dissocia totalmente do produto. Em nossa ação, propomos que a venda de armas seja limitada a uma por pessoa por mês.
Temos evidências de que pessoas compram de modo legal uma quantidade grande de armas e depois revendem essas armas a criminosos. Qualquer pessoa pode entrar numa loja e comprar cem armas. E não há uma razão legal para isso.

E qual a responsabilidade do fabricante nisso?
Carmel -
Diversas indústrias, como a química, por exemplo, impõem restrições a seus vendedores porque sabem dos perigos que seu produto pode causar. É preciso que a mesma coisa aconteça com as armas.


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