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São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Ex-ditador teria escapado por pouco de ação americana; cinco iraquianos morrem em operação em Bagdá

EUA tentam fechar o cerco a Saddam

DA REDAÇÃO

As forças americanas no Iraque estão concentrando as suas buscas ao ex-ditador iraquiano Saddam Hussein nos arredores de sua cidade natal, Tikrit, onde ele quase teria sido capturado ontem. Em outra operação, em Bagdá, cinco iraquianos morreram.
As operações acontecem em meio a ataques que mataram cinco soldados dos EUA neste fim de semana. Os EUA disseram que forças estrangeiras estariam atuando ao lado da guerrilha.
Em ação realizada em três fazendas na região de Tikrit, o novo chefe de segurança de Saddam quase foi capturado e talvez até mesmo o ex-ditador tenha escapado por pouco, disse o coronel Steve Russell, que comandou a operação. O nome do novo chefe de segurança não foi divulgado pelos americanos. A operação foi realizada com base nas informações fornecidas pelos cinco guarda-costas de Saddam que foram detidos na quinta-feira.
O general americano Richard Myers, chefe das Forças Armadas dos EUA, realizou uma visita surpresa a Tikrit. Ele disse que Saddam estava se movendo de um lugar para outro para evitar a sua captura. Segundo o general, o ex-ditador não estaria conseguindo comandar os ataques contra as forças americanas. "Ele [Saddam] está preocupado, tentando sobreviver", disse Myers, que deve deixar o Iraque hoje.
Em outra ação militar ontem, forças americanas invadiram a casa do líder tribal Rabiah Muhammed al Habib no distrito de Al Mansour, uma área nobre de Bagdá, aparentemente em busca de Saddam. Ruas foram bloqueadas, carros destruídos, e cinco iraquianos morreram.
O líder tribal, considerado um dos mais influentes do país, disse que não estava em sua casa no momento da operação americana. Porém disse pensar que os soldados americanos buscavam Saddam. "Encontrei a casa revirada. Penso que os americanos acreditavam que Saddam estivesse em minha casa", disse Al Habib, que tinha ligações com o ex-ditador antes da queda do regime.
O comando militar americano disse que não iria se manifestar sobre a operação em Bagdá.

Mortes americanas
Na cidade de Kerbala, centenas de manifestantes se reuniram no templo do imã Al Hussein, o segundo local mais sagrado para os muçulmanos xiitas. Eles protestaram contra o ataque a um dono de restaurante no sábado à noite, atribuído a soldados americanos.
Forças americanas, acompanhadas pela polícia iraquiana, entraram em choque com os manifestantes. Nos enfrentamentos, nove pessoas ficaram feridas.
Um soldado americano foi morto durante patrulha ao sul de Bagdá. No sábado, outros quatro americanos morreram em ações da guerrilha iraquiana.
Ao todo, 163 americanos morreram em ataques desde o início da guerra, 79 em acidentes.
Com as mortes do final de semana, subiu para 49 o número de soldados americanos mortos em ações hostis desde que o presidente americano, George W. Bush, declarou o fim das principais operações no país.
O general Ricardo Sanchez, comandante das forças dos EUA no Iraque, disse que o "país se transformou em um ímã que atrai terroristas de diversos países, que buscam atacar as forças americanas". Ele não disse de quais nacionalidades seriam esses terroristas.

Uday e Qusay
Um primo de segundo grau de Saddam requisitou a liberação dos corpos de Uday e Qusay, os filhos do ex-ditador que foram mortos na semana passada. Ezzedine Mohamed Hassan al Majid disse que pretende realizar um funeral de acordo com as tradições muçulmanas, apesar de os dois irmãos estarem envolvidos na morte de sua mulher. Um parente mais distante também requisitou a liberação dos corpos, que estão sob custódia dos EUA.


Com agências internacionais


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