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ORIENTE MÉDIO
Líder promete abrir mão de poder; promessa anterior não foi cumprida
Arafat cede, e Korei ainda é premiê
DA REDAÇÃO
O premiê palestino, Ahmed Korei, retirou seu pedido de demissão ontem, quando o presidente
da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, decidiu lhe conceder mais poderes para realizar
reformas político-institucionais,
pondo fim, ao menos por enquanto, a uma crise de liderança
que paralisava a administração
palestina havia dez dias.
Segundo o chefe-de-gabinete de
Korei, Hassan Abu Libdeh, o
acordo feito com Arafat dará ao
premiê palestino "controle real"
sobre a polícia e os serviços de segurança preventiva pela primeira
vez. "O gabinete recebeu poderes
para realmente executar suas funções", disse o chefe-de-gabinete.
De acordo com autoridades
americanas, reformas nessas
áreas, que são dominadas "pela
corrupção e pela ilegalidade", são
necessárias para dar novo alento
ao processo de paz entre palestinos e israelenses.
No passado, porém, Arafat não
cumpriu promessas de abrir mão
de parte de seu poder para resolver crises no governo -feitas em
situações em que ele também se
encontrava pressionado interna e
externamente. Assim, a reação
dos EUA ao anúncio foi cética.
Arafat aceitou acatar as exigências de Korei depois de uma explosão de violência nos territórios
palestinos. Manifestantes e grupos armados exigem que a velha-guarda da política palestina, considerada "corrupta", perca poder
e que as instituições governamentais sejam mais transparentes.
A situação também expôs uma
disputa pelo poder na faixa de Gaza. Vale lembrar que o premiê de
Israel, Ariel Sharon, pretende retirar colonos judaicos e soldados israelenses da região até o final do
ano que vem.
"O presidente [Arafat] rejeitou
meu pedido de demissão, e respeitarei sua decisão", afirmou Korei. "Estou satisfeito com o fato de
que o presidente Arafat está falando sério desta vez, não são apenas
palavras vãs. Agora poderemos
agir com firmeza", acrescentou.
Arafat também concordou em
permitir que a Justiça palestina
investigue as acusações de corrupção na polícia e nas forças de
segurança, segundo Saeb Erekat,
ministro palestino.
Arafat e Korei, que, durante décadas, lideraram o movimento
nacionalista palestino, deixaram a
reunião do gabinete lado a lado,
trocaram um beijo publicamente
e buscaram mostrar que a reconciliação é verdadeira.
Com agências internacionais
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