DA REDAÇÃO

Insurgentes iraquianos ameaçaram interditar a estrada que leva à Jordânia e atacar todos os jordanianos que trabalham para as forças americanas no Iraque. Paralelamente, a empresa jordaniana que emprega dois civis seqüestrados anteontem cedeu à demanda dos captores e encerrou suas operações no país.
Em um vídeo transmitido pela rede de TV por satélite Al Arabiya (de Dubai), o auto-intitulado Grupo da Morte ameaça interditar, em três dias a contar das 13h de ontem, a estrada que serve como principal rota de entrada e saída de mercadorias do Iraque.
"Interesses, empresas, empresários e indivíduos jordanianos são considerados alvos e serão tratados da mesma forma que os alvos americanos", diz um dos quatro homens no vídeo.
Cidadãos jordanianos, que acorreram em número expressivo para trabalhar na reconstrução, são alvo freqüente de seqüestros. As vítimas mais recentes são os caminhoneiros Fayez al Udwan e Mohammad al Manaya, que trabalham para a Daoud e Associados e foram capturados anteontem. Os captores ameaçaram matá-los em 72 horas caso a empresa não deixasse o Iraque.
"Como outros jordanianos, sempre apoiei nossos irmãos no Iraque em todas as circunstâncias", disse o diretor-executivo da Daoud, Rami al Ouweiss, ao anunciar que a empresa encerraria suas atividades no país.
O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, voltou a exortar governos aliados e empresas que operam no Iraque a não cederem às exigências de seqüestradores. Desde abril, mais de 60 civis estrangeiros foram capturados.
"A democracia é dura. É perigosa. E agora é hora de mantermo-nos firmes e não nos abalarmos", disse Powell, que está na Hungria. "Não podemos permitir que os insurgentes, que usam bombas e seqüestros, triunfem." Powell deve se reunir amanhã, em Jidda (Arábia Saudita), com o premiê interino iraquiano, Iyad Allawi.

Reconstrução e conferência
Os EUA, segundo o jornal "The New York Times", estão revisando os planos para a reconstrução iraquiana, a fim de acelerar a obtenção de resultados. A idéia agora é usar empresas locais e investir em projetos menores e mais rápidos, segundo o "Times".
Autoridades iraquianas responsáveis pela Conferência Nacional anunciaram que o evento começará neste sábado e reunirá mais de mil representantes da sociedade iraquiana, os quais elegerão os cem membros da Assembléia Nacional interina, que por sua vez terá poder de veto sobre o governo interino e redigirá a Constituição permanente. Por segurança, o local do evento não foi revelado.
Também ontem, um ataque com morteiros perto de uma base dos EUA em Bagdá matou um iraquiano e feriu 14 soldados.