São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / EM BUSCA DO TERRENO PERDIDO

McCain tenta usar viagem contra Obama

Após exitoso giro de democrata pelo exterior, republicano lança anúncio o criticando por não visitar soldados feridos

Segundo campanha de Obama, visita seria vista como ato político; para McCain, proibição a câmeras foi motivo de cancelamento


DA REDAÇÃO

A campanha do candidato republicano à Casa Branca, John McCain, lançou um anúncio de TV que tenta explorar negativamente o fato de seu rival, Barack Obama, ter cancelado uma visita a soldados feridos durante a escala alemã de seu recém-concluído giro pela Europa e pelo Oriente Médio.
O anúncio de McCain diz que Obama "encontrou tempo para ir fazer exercícios, mas cancelou uma visita a soldados feridos". Segundo o comercial, o cancelamento ocorreu "porque o Pentágono não permitiu que ele trouxesse câmeras".
Obama diz que cancelou a visita ao Centro Médico Landstuhl porque sua viagem à Europa foi financiada pela campanha e ele não queria passar a impressão de que a visita tinha cunho político. "Seria impróprio visitar soldados em uma instalação militar americana como parte de uma viagem financiada pela campanha", explicou o diretor de comunicação de Obama, Robert Gibbs. McCain rebateu: "Visitar nossos homens e mulheres das Forças Armadas nunca é impróprio. Esses soldados teriam adorado vê-lo, e não sei de nenhuma determinação do Pentágono que impedisse a visita".
Além do anúncio e das críticas do próprio candidato, a campanha de McCain divulgou uma nota assinada pelo militar da reserva Joe Repaya, que diz: "Para um jovem que quer ser presidente, Barack Obama julgou muito mal as importantes demandas do cargo que ele busca ocupar. Visitas a líderes mundiais e discursos a europeus exultantes não deveriam estar acima de dar conforto a heróis americanos feridos".

Balanço positivo
A ofensiva sobre a visita cancelada é uma tentativa do republicano de conseguir tirar algum proveito de uma viagem que, ao menos em termos de imagem, só teve lados positivos para Obama. Ele não cometeu nenhuma gafe, como esperava a campanha de McCain, e ainda teve um público de 200 mil pessoas assistindo a um discurso seu em Berlim -os "europeus exultantes" aos quais se referiu o militar que apóia McCain.
Obama qualificou de "muito bom" o resultado de sua turnê, encerrada no sábado com um encontro com o premiê britânico, Gordon Brown. "Em termos de governar, de ser um presidente efetivo, essa viagem foi de grande ajuda. Estabeleci relações e criei laços de confiança com líderes-chave de todo o mundo, que tomaram nota de minhas posições e de como eu opero", disse. Um dos principais objetivos da viagem de Obama foi afastar a impressão de que ele tem pouca experiência em política externa.
O candidato minimizou as análises de que a viagem ao exterior tem pouca, ou até negativa, repercussão entre os eleitores americanos -Obama lidera as pesquisas, mas sua distância sobre McCain, hoje de cinco pontos na média dos levantamentos, já foi maior.
"Uma semana focando assuntos internacionais não se traduz necessariamente em uma subida nas pesquisas, porque as pessoas, naturalmente, estão mais preocupadas com a economia. E é sobre isso que nós vamos falar agora", afirmou o democrata no primeiro evento no retorno aos EUA.


Com agências internacionais

NA INTERNET
www.youtube.com/watch?v=49hC9TpP-rY&e
Veja o anúncio de McCain



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