São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2008

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Raúl foca discurso em defesa e crise global

Fala em dia comemorativo frustra expectativa de anúncios de novas medidas liberalizantes em Cuba

DA REDAÇÃO

O máximo dirigente cubano, Raúl Castro, frustrou as expectativas de quem esperava o anúncio de novas medidas liberalizantes, em discurso comemorativo aos 55 anos da tentativa frustrada de tomada de dois quartéis em Santiago de Cuba. Raúl preferiu usar o discurso para alertar sobre as dificuldades que a crise global pode trazer a Cuba e assegurar que não descuidará da defesa, "independentemente de quem ganhar as eleições nos EUA".
A tentativa de tomada dos quartéis de Moncada e Carlos Manuel de Céspedes é considerada o marco inicial do movimento que culminaria na revolução de 1959 e tradicionalmente motiva um dos discursos mais importantes do ano no país. O 26 de julho de 2006 marcou a última aparição em público do irmão e antecessor de Raúl, Fidel Castro.
Esperava-se que Raúl aproveitasse a oportunidade para dar seqüência às reformas que vem anunciando desde que assumiu, em fevereiro. Entre as já implementadas estão a permissão para o uso de celulares e outros eletrônicos, a reforma no sistema salarial da ilha e a relativa liberalização do uso da terra e da venda da sua produção.
Após acusar os países ricos de adotarem uma postura suicida em relação à crise mundial, Raúl atacou a política americana de incentivo à produção de biocombustíveis, mas sem especificar se apenas os com base no milho.
A menção à manutenção da política de defesa e à relação com os Estados Unidos foi feita alguns dias após Cuba ser envolvida em uma polêmica que remete ao auge da Guerra Fria. Na última segunda, um jornal da Rússia afirmou que Moscou estudava instalar bases para bombardeiros com capacidade nuclear em Cuba.
Ainda na segunda, o novo comandante da Força Aérea dos EUA, general Norton Schwartz, disse que a medida ultrapassaria "a linha vermelha", e, na quinta, o ministro da Defesa russo negou a notícia. Em artigo publicado na quarta-feira, Fidel elogiou Raúl por não se envolver na polêmica. Ele não abordou o assunto no discurso. Com agências internacionais



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