DA REDAÇÃO

Na perspectiva de enfrentar uma revolta interna contra sua liderança, o premiê britânico, Gordon Brown, não dá sinais de que pretende ceder. Logo após a derrota nas eleições regionais em Glasgow Leste, na última quinta -o local era até então considerado o terceiro assento mais garantido para os trabalhistas na Escócia- Brown afirmou à imprensa, sem meias palavras: "Vou seguir no cargo".
O premiê afirma que é o homem certo para liderar o país em meio a uma crise econômica de impacto mundial. Ele foi, sob o ex-premiê Tony Blair, ministro da Economia.
Atualmente em recesso para o verão inglês, Brown já prepara ações para sinalizar ao partido e ao país que ainda tem algo a oferecer. A expectativa é que ele lance no final de agosto uma série de medidas para lutar contra o antagonismo.
A primeira ação seria uma renovação do gabinete de ministros, que deve ocorrer no começo de setembro. O diário "The Telegraph" estima que ministros mais jovens, como Jim Murphy, com a pasta para Europa, serão provavelmente promovidos, enquanto é esperada a queda, entre outros, de Des Browne, secretário da Defesa.
Alguns assessores sugerem que ele pode demitir os ministros "rebeldes", que confabulam sobre uma saída forçada.
Brown também pretende lançar políticas de apoio a famílias trabalhadoras afetadas pela crise econômica. Um plano em estudo inclui um esquema ambicioso para injetar 90 bilhões de libras no mercado de empréstimos imobiliários.
E ele alertou ainda contra a perspectiva de uma liderança conservadora no país, a qual resultaria, segundo Brown, em cortes de impostos da ordem de 12 bilhões de libras, a serem pagos com o fim de programas para jovens trabalhadores e de reconstrução de escolas.
Por fim, Brown usa a imprensa para apelar ao partido: "Tenham confiança de que não só temos as políticas corretas, mas seremos capazes de persuadir o público disso", disse, segundo o diário "Guardian".


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