São Paulo, terça, 28 de julho de 1998

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NO BRASIL
Famílias pedem eutanásia

da Redação

São as famílias, e não os pacientes em estado terminal, que costumam sugerir a eutanásia às enfermeiras. "As famílias pedem um conforto aos seus entes queridos que estão sofrendo. Em geral, os pacientes são mais fortes que suas famílias", disse a enfermeira Ana Claudia Torres, do setor de oncologia do hospital Sírio-Libanês.
Ana Claudia contou que houve um caso de um paciente com câncer que pediu a ela para morrer. "Ele não estava em estado tão grave. Muitas vezes, o excesso de dor leva os doentes a agir sem pensar."
Para diminuir a dor dos pacientes e facilitar o trabalho das enfermeiras, o hospital Sírio Libanês conta com o "Grupo da Dor", formado por anestesiologistas e enfermeiras. O grupo oferece terapia à base de analgésicos que o próprio paciente pode administrar. Uma válvula programada é colocada próxima ao leito do paciente para que ele possa acioná-la.
Na Faculdade de Enfermagem da USP, a eutanásia é abordada na disciplina Ética e Legislação na Enfermagem. "É importante lembrar que a prática hospitalar vai trazer esse tipo de conflito ético à tona", afirmou a professora Maria de Fátima Fernandes.
Uma enfermeira da UTI do hospital Emílio Ribas disse que, há duas semanas, a família de um paciente com Aids pediu que ela desligasse os aparelhos que o mantinham vivo. "Disse que não poderia fazer isso e, hoje, ele já dá sinais de melhora." (MARIANA SGARIONI)



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