São Paulo, quinta-feira, 28 de agosto de 2008

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Casa Branca volta a deplorar reação russa no Cáucaso

DA REDAÇÃO

Prosseguiram ontem no Ocidente as duras reações, iniciadas na véspera, contra o reconhecimento unilateral, pela Rússia, da independência dos territórios georgianos da Ossétia do Sul e da Abkházia. O porta-voz da Casa Branca, Tony Fratto, desta vez qualificou a iniciativa de "míope", depois de o próprio George W. Bush afirmar na terça que o presidente Dmitri Medvedev tomou "uma decisão irresponsável".
O vice-presidente americano, Dick Cheney, disse ontem que a ocupação da Geórgia "é um assalto injustificável".
Em Paris, o presidente Nicolas Sarkozy, que exerce a presidência rotativa da União Européia, acusou Moscou de tentar retraçar as fronteiras da Geórgia e qualificou novamente de "inaceitável" o reconhecimento da independência.
O chefe da diplomacia francesa, Bernard Kouchner, afirmou haver indícios de "limpeza étnica" por parte dos russos. Kouchner também acusou a Rússia de querer repetir o roteiro da Geórgia na Ucrânia e na Moldova. O embaixador russo nesse último país desmentiu que sejam esses os planos de seu governo.
A chanceler alemã, Angela Merkel, telefonou ao presidente Medvedev e disse a ele, segundo porta-vozes alemães, que a ocupação russa do porto georgiano de Poti "representa uma grave violação" dos acordos de cessar-fogo.
A França, que atuou como intermediária no conflito do Cáucaso e obteve o cessar-fogo em nome da União Européia, reunirá na segunda-feira em Bruxelas os governantes dos 27 países do bloco, que definirão um regime especial de ajuda à Geórgia e um previsível esfriamento das relações diplomáticas com Moscou.
Em Kiev, capital da Ucrânia, o chefe da diplomacia britânica, David Miliband, disse que a Rússia não deveria reiniciar a Guerra Fria. A seu ver, os ganhos militares do Kremlin no Cáucaso são largamente compensados por seus enormes prejuízos políticos.
O governo ucraniano anunciou que pretende renegociar com a Rússia o arrendamento de uma base naval no mar Negro, a de Sebastopol, enquanto a Chancelaria da Geórgia anunciou que estava retirando 12 dos 14 diplomatas que mantém em Moscou, o que esfria sensivelmente as relações bilaterais entre os dois países.

Com agências internacionais



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