São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2004

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EUA reforçam segurança pré-eleição

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

A menos de 40 dias das eleições, o governo dos EUA lançou uma nova ofensiva para reforçar a segurança no país e evitar que ataques terroristas possam influenciar o processo eleitoral.
Segundo o jornal "The Washington Post", todas as agências de segurança dos EUA estão envolvidas nesse esforço, já iniciado e que deve durar até o dia 20 de janeiro próximo, quando o candidato a presidente eleito em 2 de novembro tomará posse.
As medidas significarão mais policiamento nas ruas, novos esquemas de segurança em aeroportos e o estabelecimento de centenas de pontos nos quais automóveis serão parados e revistados sem aviso prévio.
O resultado da ação deverá aumentar o clima de insegurança no país no momento em que o presidente George W. Bush prepara sua arrancada final para tentar se reeleger baseado em forte discurso sobre a necessidade de vencer a guerra contra o terror.
Nas próximas semanas, com início nesta quinta-feira, Bush e seu adversário, o senador democrata John Kerry, participarão de uma série de três debates considerados decisivos.
Enquanto Kerry vem tentando atrair a atenção do eleitorado para o que descreve como uma "situação de caos" no Iraque, Bush procura reforçar sua liderança na guerra contra o terror e o discurso de que tem tornado os EUA "um lugar mais seguro".
Pesquisa nacional do mesmo "Washington Post", divulgada ontem, mostra o presidente George W. Bush, com 51% das intenções de voto, à frente de Kerry, que obtém 45%. Segundo a pesquisa, Kerry, a pouco mais de um mês do pleito, tem dificuldades de estabelecer uma imagem positiva no eleitorado.
Ontem, autoridades encarregadas de controlar o processo eleitoral nos EUA comunicaram os 50 Estados dos EUA e o Distrito de Columbia, onde fica Washington, para que intensifiquem medidas de segurança para impedir ataques da rede terrorista Al Qaeda.

Alertas e eleições
Fontes do FBI, a polícia federal, afirmam que o principal temor é o de que a Al Qaeda faça atentado semelhante ao ocorrido em Madri, em março. A ação acabou levando a uma vitória da oposição no país e à retirada das tropas espanholas do Iraque.
No caso dos EUA, tanto George W. Bush quanto John Kerry vêm assumindo o compromisso de manter as tropas no Iraque caso sejam eleitos.
As próprias fontes citadas do FBI admitem, no entanto, que o reforço nos alertas de segurança não foi realizado com base em novas informações sobre a iminência de ataques. Funcionários dos órgãos de segurança envolvidos na nova ação foram proibidos de tirar férias e deverão avisar a seus superiores caso precisem deixar as cidades onde trabalham.
Ao longo da campanha eleitoral, funcionários do FBI têm dado declarações sobre ataques e tomado medidas semelhantes.
As autoridades estariam fechando o foco para aumentar a segurança principalmente em Washington, Nova York e Nova Jersey, onde vários locais já estão sob o "código laranja" (que significa "risco alto") na escala de risco de ataques nos EUA.
O primeiro teste para o reforço na segurança ocorre nesta semana em Washington durante reunião do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, que começa oficialmente hoje.
Na sede do Congresso, também na capital, policiais começaram a testar novas roupas especiais resistentes a ataque biológico.


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