DA REDAÇÃO

Dois carros-bomba mataram sete pessoas ontem no Iraque, horas depois de o Exército dos EUA lançar uma operação militar na região de Sadr City, em Bagdá, que deixou cinco mortos.
Caças americanos bombardearam posições na qual estariam militantes no bastião do clérigo xiita Moqtada al Sadr em Bagdá. Médicos afirmaram que, além dos mortos, o ataque deixou 46 feridos -incluindo 15 mulheres e nove crianças.
Comunicado militar americano informou, no entanto, que o bombardeio não provocou esse elevado número de feridos.
Segundo o coronel Jim Hutton, porta-voz militar dos EUA, insurgentes usaram morteiros para disparar obuses contra uma base do Exército americano. Mas as bombas atingiram uma área civil.
Os EUA têm realizado constantes operações em Sadr City para tentar desmantelar a milícia liderada pelo clérigo xiita antes das eleições iraquianas, marcadas para janeiro do próximo ano.
O embaixador americano no Iraque, John Negroponte, expressou otimismo ontem e afirmou que as forças de segurança estarão prontas para a realização das eleições em janeiro.
Já o rei Abdullah, da Jordânia, afirmou que o Iraque está "inseguro" para a realização de eleições. "Para mim parece impossível a realização de uma votação no caos que estamos vendo hoje."
Assessores de Al Sadr disseram ontem que o clérigo xiita está disposto a apresentar um novo plano para colocar um fim aos combates e prometendo cooperação para a realização das eleições em janeiro. Promessas similares já foram feitas antes por Al Sadr, um dos principais líderes dos xiitas, que são maioria no Iraque -correspondem a cerca de 60% da população do país.
Aviões americanos também bombardearam ontem Fallujah. Não há informação de vítimas.
O premiê iraquiano, Ayad Allawi, advertiu ontem que uma "solução militar decisiva" pode ser utilizada para a recuperação de Fallujah, um dos principais bastiões nas mãos de insurgentes no Iraque, para que os habitantes da cidade possam votar.
Uma explosão de carro-bomba matou três policiais na cidade.
Em Mossul (norte do Iraque), outro carro-bomba explodiu, destruindo sete veículos da Guarda Nacional Iraquiana. Quatro guardas iraquianos morreram.
Ontem, foi libertado um cônsul iraniano no Iraque que estava seqüestrado havia 55 dias. Um egípcio também foi solto.
O governo iraquiano pagou ontem US$ 81 milhões que devia para o FMI (Fundo Monetário Internacional), abrindo caminho para obter empréstimos da entidade.