São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2004

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ORIENTE MÉDIO

Jornalista árabe-israelense estava em van da rede de TV americana

Produtor da CNN vira refém em Gaza

DA REDAÇÃO

Um produtor de TV árabe-israelense da rede CNN foi seqüestrado ontem na faixa de Gaza, horas depois de Israel ter matado mais um militante palestino.
O ataque ocorre um dia depois de um alto dirigente do grupo terrorista Hamas ter sido morto em explosão de seu carro em Damasco, em ação atribuída a Israel.
O governo israelense acusou a Síria de "dirigir o terrorismo" e advertiu que "ataques preventivos contra militantes" podem ocorrer no território sírio. Questionado se Israel seria responsável pela morte do dirigente do Hamas na Síria, o vice-ministro da Defesa Zeev Boim disse: "Não confirmamos nem negamos isso".
Autoridades israelenses admitiram extra-oficialmente que agentes a serviço de Israel armaram a explosão do carro.
O produtor de TV Riad Abu Ali estava na van da CNN com o correspondente Ben Wedeman e um motorista palestino quando foi seqüestrado. O veículo estava diante de um supermercado quando os captores, portando fuzis Kalashnikov, chegaram em um carro e perguntaram por Ali.
Os seqüestradores ainda não fizeram contato. Desde o início da Intifada (levante palestino contra ocupação israelense), há quatro anos, tal crime tem sido raro. Nas poucas vezes em que ocorreu, os reféns foram soltos rapidamente.
Horas antes, no campo de refugiados de Khan Younis, um míssil foi disparado por Israel contra um carro no qual viajavam membros do grupo terrorista Comitês de Resistência Popular. Um militante morreu. Essa organização assumiu no ano passado a autoria de um raro atentado contra americanos em Gaza, em que três agentes de segurança da missão diplomática dos EUA morreram.
Ainda ontem, um civil palestino de 55 anos foi morto por disparos israelenses perto do portão de uma escola em Gaza. Israel afirma que militantes estavam escondendo uma bomba no local.
No campo de refugiados de Jebaliya, soldados israelenses mataram dois palestinos armados que, segundo a Associated Press, carregavam explosivos.
Na Cisjordânia, um colono judeu matou um motorista de táxi palestino. Segundo o colono, o palestino tentou jogá-lo para fora da estrada. Testemunhas afirmam que, na verdade, foi o colono quem fechou o palestino para disparar. O israelense foi preso.
Em Jenin, forças israelenses invadiram um hospital, indo de quarto em quarto em busca de militantes escondidos.


Com agências internacionais


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