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Cruz Vermelha estuda reduzir pessoal no país
DO "INDEPENDENT"
O Comitê Internacional da
Cruz Vermelha (CICV) anunciou
ontem a intenção de reduzir suas
operações no Iraque após o atentado contra sua sede em Bagdá.
Outras entidades assistenciais já
reduziram seu pessoal no país por
causa da violência. A ONU reduziu sensivelmente sua equipe no
Iraque desde o ataque contra sua
sede em Bagdá, em agosto.
Embora nenhuma decisão tenha sido tomada, representantes
do CICV em Genebra disseram
que o ataque obrigou a organização a realizar uma revisão geral de
sua operação no Iraque.
"Esse ataque foi um golpe muito
sério contra nossa organização",
disse um porta-voz do CICV, Florian Westphal. "Foi um choque
enorme. É impossível continuarmos trabalhando normalmente.
Somos obrigados a parar e avaliar
a situação. Ainda é cedo para dizer que impacto esse atentado terá sobre nossas atividades."
Alguns representantes disseram
acreditar que a organização, que
tem no país 39 funcionários estrangeiros e mais de 700 iraquianos, não foi alvejada por acaso.
"Estamos convencidos de que fomos alvejados como instituição",
disse o chefe do escritório do
CICV em Bagdá, Pierre Gassmann. "Precisamos refletir sobre
as implicações do ataque."
Gassmann disse que a organização não vai pedir mais proteção
militar aos EUA, justamente para
distinguir-se das forças de ocupação. ""Buscar essa proteção não é
uma opção. Se militarizarmos a
Cruz Vermelha, as pessoas terão
muita dificuldade para obter nossa ajuda", disse ele.
O movimento que resultou na
CV foi criado no final do século 19
para cuidar de vítimas nos campos de batalha de forma neutra.
Depois, a CV passou a cuidar da
prevenção e tratamento de problemas humanitários em geral.
O atentado contra o CICV, que
vinha cooperando com o Crescente Vermelho -a versão da CV
em países muçulmanos- local
em projetos que incluem campanhas educativas sobre minas terrestres e o fornecimento de água e
equipamentos sanitários, provocou uma onda de choque que se
espalhou pela comunidade assistencial, realçando o perigo enfrentado no Iraque. Outras associações humanitárias, já assustadas desde o ataque contra a ONU,
estão reduzindo suas operações.
O grupo humanitário Médicos
sem Fronteiras, sediado em Paris,
anunciou que vai reduzir sua
equipe atual de sete médicos estrangeiros em Bagdá. Segundo o
grupo, ao atingir a CV os responsáveis pelo ataque "voltaram seus
explosivos contra o coração simbólico da assistência neutra".
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