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Candidato ao Senado vira fenômeno
MONICA DAVEY
DO "THE NEW YORK TIMES", EM CHICAGO
Barack Obama foi a Milwaukee
outro dia e discursou para uma
multidão num parque ensolarado, incentivando-a votar em Russell D. Feingold, veterano de 12
anos do Senado americano.
Outro dia, enviou um cheque de
US$ 25 mil ao Partido Democrata
em Dakota do Sul, onde Tom
Daschle, o líder da minoria no Senado, luta para conservar sua vaga de senador. No fim de semana
ele tomou um avião para Los Angeles para discursar em evento de
levantamento de fundos para o
Partido Democrata nacional. Em
seguida, foi a Denver, onde encorajou o público que lotava um ginásio em evento a favor de Ken
Salazar, o candidato do partido ao
Senado pelo Colorado.
Obama não passa de um senador estadual de Chicago. Há um
ano, muitas pessoas não o teriam
reconhecido, nem mesmo aqui
em Illinois. No momento, ele
também é candidato na disputa
acirrada pelo Senado americano,
o que significa que é alguém que
dificilmente deveria ter tempo livre para percorrer outros Estados, doar dinheiro ou colaborar
nas campanhas de outras pessoas.
Mas Obama vem tendo uma
temporada de muita sorte. E, embora faça questão de declarar que
não dá nada como líquido e certo
em sua disputa com Alan Keyes, o
candidato republicano que, com
47 pontos percentuais, está perdendo para ele em uma pesquisa
de intenção de voto, Obama freqüentemente dá a impressão de já
ser o próximo senador do Illinois
-e de estar sendo tratado por outros como se já o fosse.
De acordo com seu porta-voz,
Robert Gibbs, a campanha de
Obama, que já levantou mais de
US$ 14 milhões, doou US$ 150 mil
ao Comitê Democrata de Campanhas Senatoriais e US$ 245 mil ao
partido em Estados em que as disputas pelo Senado são acirradas.
Em separado, Obama já pediu a
doadores que levantem quase
US$ 300 mil para candidatos ao
Senado em 15 Estados.
Quando subiu ao palco em Milwaukee, Obama foi recebido com
gritos de aprovação e o pipocar de
flashes. Ao apresentar à multidão
o candidato que ela já conhecia, a
senadora estadual do Wisconsin
Gwendolynne Moore disse: "Este
jovem incendiou Illinois e a América. Ele é todos nós! Ele não é negro! Não é branco!".
Se Obama, que é filho de pai
queniano negro e mãe branca do
Kansas, for eleito, é provável que
Obama receba mais atenção e se
torne alvo de escrutínio -e, também, que exija trabalhos de mais
prestígio- do que qualquer outro senador novato. Ele se tornaria o único negro no Senado.
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