São Paulo, quinta-feira, 28 de outubro de 2004

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Candidato ao Senado vira fenômeno

MONICA DAVEY
DO "THE NEW YORK TIMES", EM CHICAGO

Barack Obama foi a Milwaukee outro dia e discursou para uma multidão num parque ensolarado, incentivando-a votar em Russell D. Feingold, veterano de 12 anos do Senado americano.
Outro dia, enviou um cheque de US$ 25 mil ao Partido Democrata em Dakota do Sul, onde Tom Daschle, o líder da minoria no Senado, luta para conservar sua vaga de senador. No fim de semana ele tomou um avião para Los Angeles para discursar em evento de levantamento de fundos para o Partido Democrata nacional. Em seguida, foi a Denver, onde encorajou o público que lotava um ginásio em evento a favor de Ken Salazar, o candidato do partido ao Senado pelo Colorado.
Obama não passa de um senador estadual de Chicago. Há um ano, muitas pessoas não o teriam reconhecido, nem mesmo aqui em Illinois. No momento, ele também é candidato na disputa acirrada pelo Senado americano, o que significa que é alguém que dificilmente deveria ter tempo livre para percorrer outros Estados, doar dinheiro ou colaborar nas campanhas de outras pessoas.
Mas Obama vem tendo uma temporada de muita sorte. E, embora faça questão de declarar que não dá nada como líquido e certo em sua disputa com Alan Keyes, o candidato republicano que, com 47 pontos percentuais, está perdendo para ele em uma pesquisa de intenção de voto, Obama freqüentemente dá a impressão de já ser o próximo senador do Illinois -e de estar sendo tratado por outros como se já o fosse.
De acordo com seu porta-voz, Robert Gibbs, a campanha de Obama, que já levantou mais de US$ 14 milhões, doou US$ 150 mil ao Comitê Democrata de Campanhas Senatoriais e US$ 245 mil ao partido em Estados em que as disputas pelo Senado são acirradas.
Em separado, Obama já pediu a doadores que levantem quase US$ 300 mil para candidatos ao Senado em 15 Estados.
Quando subiu ao palco em Milwaukee, Obama foi recebido com gritos de aprovação e o pipocar de flashes. Ao apresentar à multidão o candidato que ela já conhecia, a senadora estadual do Wisconsin Gwendolynne Moore disse: "Este jovem incendiou Illinois e a América. Ele é todos nós! Ele não é negro! Não é branco!".
Se Obama, que é filho de pai queniano negro e mãe branca do Kansas, for eleito, é provável que Obama receba mais atenção e se torne alvo de escrutínio -e, também, que exija trabalhos de mais prestígio- do que qualquer outro senador novato. Ele se tornaria o único negro no Senado.


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