São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / LATINOBARÓMETRO

60% da América Latina é indiferente a disputa nos EUA

Segundo pesquisa, 29% na região acham que Obama seria mais conveniente; 8% citam McCain

Considerando apenas dados referentes aos brasileiros, democrata é citado por 41% dos ouvidos, enquanto concorrente fica com 10%

LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

A mais cara eleição de todos os tempos nos EUA não interessa para 60% da população da América Latina. A conclusão foi apresentada em um relatório preliminar do Estudo Latinobarómetro 2008, que focou o impacto do pleito da próxima semana nos 18 países da região pesquisados pela ONG chilena.
Ao serem indagados sobre o candidato (Barack Obama ou John McCain) cuja vitória mais convém à América Latina, 60% dos entrevistados falaram que "dá no mesmo" (29%) ou não souberam responder (31%).
Foram ouvidas de 1.000 a 1.200 pessoas em cada um dos 18 países entre 5 de setembro e 5 de outubro. Segundo o estudo, "os dados são representativos de toda a população acima de 18 anos desde o rio Grande [na fronteira do México com os EUA] até Punta Arenas [no sul do Chile], cerca de 500 milhões de habitantes". A margem de erro varia de 2,8 a 3 pontos percentuais nos dois sentidos.
O Latinobarómetro mediu o nível de ciência que os latino-americanos têm da disputa nos EUA. Notou que 57% da população tem "pouco ou nenhum" conhecimento da eleição.
Em primeiro lugar entre os países cuja população tem "muito ou algum conhecimento sobre a eleição" está a República Dominicana, com 66%. O Brasil é o sétimo da lista, com 46% (atrás de outros três países sul-americanos).
Na questão sobre o candidato que mais convém, ainda que tenha ficado atrás da fatia que não sabe (31%) e empatado com "dá no mesmo", com 29%, o democrata Obama supera McCain com folga. O republicano teve 8% das menções.
A República Dominicana é o país mais pró-Obama, que teve 52% de citações. Depois vêm a Costa Rica (43%), o Brasil e o Uruguai (ambos com 41%).
McCain se destaca na Colômbia, com 19%. A seguir aparece El Salvador, com 16% de menções ao republicano -o percentual corresponde à mais baixa taxa de aprovação a Obama. No Brasil (quinto entre os países com mais citações ao republicano), o índice foi de 10%.
No Panamá, onde nasceu, o candidato do partido do presidente George W. Bush teve 6%, contra 18% de Obama.
A preferência dos latinos estratificada por nível econômico revelou duas conclusões interessantes. A indiferença entre os candidatos ("dá no mesmo") é homogênea em todos os grupos. E a preferência pelo democrata não é maior entre os de mais baixa renda -"a suposição de que haveria identificação em massa dos mais empobrecidos na América Latina com Barack Obama não se cumpre", aponta o estudo.
O Latinobarómetro mediu também quanta atenção as pessoas acham que o novo mandatário dos EUA dispensará à região. O mesmo que o atual foi a resposta mais dada (34%), um ponto acima de quem não sabe. A fatia dos que acham que será maior é de 22%, e 8% acham que será dada menos atenção.
Entre os países que crêem em mais atenção, a República Dominicana lidera (39%), e o Brasil (31%) é o segundo.


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