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SUCESSÃO NOS EUA / LATINOBARÓMETRO
60% da América Latina é indiferente a disputa nos EUA
Segundo pesquisa, 29% na região acham que Obama seria mais conveniente; 8% citam McCain
Considerando apenas dados referentes aos brasileiros, democrata é citado por 41% dos ouvidos, enquanto concorrente fica com 10%
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
A mais cara eleição de todos
os tempos nos EUA não interessa para 60% da população da
América Latina. A conclusão
foi apresentada em um relatório preliminar do Estudo Latinobarómetro 2008, que focou o
impacto do pleito da próxima
semana nos 18 países da região
pesquisados pela ONG chilena.
Ao serem indagados sobre o
candidato (Barack Obama ou
John McCain) cuja vitória mais
convém à América Latina, 60%
dos entrevistados falaram que
"dá no mesmo" (29%) ou não
souberam responder (31%).
Foram ouvidas de 1.000 a
1.200 pessoas em cada um dos
18 países entre 5 de setembro e
5 de outubro. Segundo o estudo, "os dados são representativos de toda a população acima
de 18 anos desde o rio Grande
[na fronteira do México com os
EUA] até Punta Arenas [no sul
do Chile], cerca de 500 milhões
de habitantes". A margem de
erro varia de 2,8 a 3 pontos percentuais nos dois sentidos.
O Latinobarómetro mediu o
nível de ciência que os latino-americanos têm da disputa nos
EUA. Notou que 57% da população tem "pouco ou nenhum"
conhecimento da eleição.
Em primeiro lugar entre os
países cuja população tem
"muito ou algum conhecimento sobre a eleição" está a República Dominicana, com 66%. O
Brasil é o sétimo da lista, com
46% (atrás de outros três países
sul-americanos).
Na questão sobre o candidato
que mais convém, ainda que tenha ficado atrás da fatia que
não sabe (31%) e empatado
com "dá no mesmo", com 29%,
o democrata Obama supera
McCain com folga. O republicano teve 8% das menções.
A República Dominicana é o
país mais pró-Obama, que teve
52% de citações. Depois vêm a
Costa Rica (43%), o Brasil e o
Uruguai (ambos com 41%).
McCain se destaca na Colômbia, com 19%. A seguir aparece El Salvador, com 16% de
menções ao republicano -o
percentual corresponde à mais
baixa taxa de aprovação a Obama. No Brasil (quinto entre os
países com mais citações ao republicano), o índice foi de 10%.
No Panamá, onde nasceu, o
candidato do partido do presidente George W. Bush teve 6%,
contra 18% de Obama.
A preferência dos latinos estratificada por nível econômico
revelou duas conclusões interessantes. A indiferença entre
os candidatos ("dá no mesmo")
é homogênea em todos os grupos. E a preferência pelo democrata não é maior entre os de
mais baixa renda -"a suposição de que haveria identificação em massa dos mais empobrecidos na América Latina
com Barack Obama não se
cumpre", aponta o estudo.
O Latinobarómetro mediu
também quanta atenção as pessoas acham que o novo mandatário dos EUA dispensará à região. O mesmo que o atual foi a
resposta mais dada (34%), um
ponto acima de quem não sabe.
A fatia dos que acham que será
maior é de 22%, e 8% acham
que será dada menos atenção.
Entre os países que crêem
em mais atenção, a República
Dominicana lidera (39%), e o
Brasil (31%) é o segundo.
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