São Paulo, quinta-feira, 28 de outubro de 2010

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Economia lidera lista de preocupações de eleitores

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Dominante em uma eleição de temática atipicamente concentrada, a economia é mais importante na hora de escolher o voto para o Congresso dos EUA para os democratas do que para a oposição republicana, revela pesquisa do Gallup.
Outros temas prioritários a menos de uma semana das eleições são a reforma do sistema de saúde e tamanho e poder do governo federal.
Juntos, esses três assuntos concentram mais de 80% das preocupações do eleitorado do país, configurando uma discussão política bastante estreita em comparação com tendências históricas.
Enquanto cerca de 51% dos democratas escolheram economia como o tema principal da eleição, taxa menor, 36%, de republicanos disseram o mesmo.
Os republicanos dividem suas atenções mais igualitariamente com o tamanho e poder do governo (28%) e com a reforma do sistema de saúde (20%), que gostariam de ver revertida.
Em contraste, apenas para um número ínfimo de democratas (3%) há foco no inchaço da máquina pública.
Sem considerar a preferência partidária, a ordem é: economia (43%), saúde (23%) e tamanho do governo (18%). A pesquisa, divulgada anteontem, tem margem de erro de três pontos em qualquer direção.
Apesar de a economia sempre ser fator-chave em eleições -principalmente as legislativas, mais voltadas a temas domésticos - em 2010 há um desvio do padrão.
Nas duas últimas eleições de meio de mandato, não havia um domínio tão forte de temas. Em 2006, a prioridade era a guerra no Iraque (26%); em 2002, a economia (27%). Mas nos dois anos outros cinco assuntos dividiam mais as atenções.
Há outras diferenças. "No passado, a importância da economia era a ferida imediata no bolso do eleitor; desta vez, estão preocupados com a dívida pública que deixarão para as próximas gerações", disse à Folha David King, analista da Universidade Harvard.
A dívida pública total dos EUA até ontem chegava a quase 95% do PIB, ou US$ 13,673 trilhões. É mais de quatro vezes o PIB do Brasil.
A hemorragia econômica atual também pesa. O desemprego atinge 15 milhões de pessoas (9,6%).
Enquanto isso, a recuperação da economia sob Obama tem sido lenta: a projeção de crescimento do PIB para 2010 é de apenas 2,6%, e um quadro ainda pior se avizinha para 2011.


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