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Sem acordo na ONU, tropas etíopes cercam Mogadício
União Africana pede saída das forças estrangeiras da Somália e fim das hostilidades
Plano é sitiar a capital até que milícias islâmicas se rendam, diz embaixador somali; Reino Unido e EUA freiam texto sobre trégua
Abukar Albadri - 26.dez.2006/Efe
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Milicianos islâmicos se reúnem perto de Mogadício; as tropas etíopes estão a 30 km da capital |
DA REDAÇÃO
Em meio às infrutíferas articulações no Conselho de Segurança da ONU para aprovar
uma resolução exigindo um
cessar-fogo imediato na Somália, tropas do governo interino
do país, apoiadas pelo Exército
etíope, continuaram avançando ontem rumo à capital, Mogadício, dominada por milícias
islâmicas desde junho. Segundo informes da região, a força
conjunta conquistou posições a
30 quilômetros da capital.
Horas antes da reunião na
ONU, concluída sem acordo, a
União Africana pediu a retirada
"imediata" das tropas estrangeiras da Somália. O projeto de
resolução, submetido ao Conselho da ONU por Qatar, pede
que a Etiópia "retire imediatamente suas forças e cesse suas
operações militares na Somália" e o "fim das hostilidades".
Entretanto, ao fim de três horas de discussões, os membros
do Conselho deixaram a reunião sem obter consenso. Estados Unidos e Reino Unido
-membros permanentes do
órgão, com direito a veto- consideram prematuro exigir a retirada das tropas etíopes antes
de um cessar-fogo.
Para afastar o temor de que a
chegada das hostilidades a Mogadício provoque um banho de
sangue, o governo somali anunciou que o objetivo não é tomar,
mas cercar a capital. "Não vamos lutar por Mogadício, para
evitar baixas civis", disse o embaixador somali na Etiópia, Abdikarin Farah. "Nossas tropas
cercarão Mogadício até que
eles [os islamistas] se rendam."
A força conjunta de tropas
somalis e etíopes obteve novo
avanço ontem, conquistando a
cidade de Balad, 30 quilômetros ao norte de Mogadício.
Pouco antes, os soldados haviam tomado a estratégica Jowhar, encontrando pouca resistência das tropas islâmicas e
o incentivo de residentes que
saíram de casa para aplaudi-los.
A União Africana exigiu o fim
de interferências externas na
Somália. "Pedimos apoio ao governo interino e a retirada de
todas as tropas e elementos estrangeiros", disse o presidente
da Comissão da União Africana, Alpha Oumar Konari.
De acordo com o premiê da
Etiópia, Meles Zenawi, suas
forças já mataram mil combatentes muçulmanos. As milícias islâmicas afirmam ter infligido centenas de baixas no inimigo. A ofensiva etíope teve
início no domingo, em apoio ao
governo interino somali.
O governo dos EUA, sinalizou seu apoio à ofensiva do
Exército etíope. "A Etiópia tem
preocupações de segurança genuínas em relação aos acontecimentos internos da Somália",
disse Gordon Johndroe, porta-voz do Conselho de Segurança
Nacional da Casa Branca.
Com agências internacionais
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