|
Próximo Texto | Índice
GUERRA SEM LIMITES
Invasão de hospital de Candahar, no qual os insurretos se abrigavam, é efetuada por afegãos e americanos
Ataque deixa 6 membros da Al Qaeda mortos
DA REDAÇÃO
Seis combatentes da rede terrorista Al Qaeda foram mortos ontem num grave enfrentamento
num hospital de Candahar, no sul
do Afeganistão.
O conflito ocorreu depois que
soldados afegãos e seus conselheiros militares americanos invadiram o hospital para tomá-lo de
um grupo de insurretos, que o
controlava havia pouco mais de
sete semanas.
Militares americanos continuaram a atacar focos de resistência
no Afeganistão, que seriam utilizados por supostos combatentes
da Al Qaeda, de Osama bin Laden, e do Taleban.
O resultado da operação realizada no hospital foi sangrento. O
impasse no hospital já durava
quase dois meses, quando soldados afegãos e soldados das forças
especiais americanas que os auxiliam lançaram o ataque ao imóvel
em que os insurretos se abrigavam.
A operação teve início pouco
antes do amanhecer (horário local) com uma rajada de metralhadora e com duas explosões. "À
frente, à frente", gritavam os americanos enquanto os afegãos vasculhavam todos os quartos do
hospital -abrindo caminho com
granadas e com disparos de fuzis
automáticos.
"Eles lutaram até o último momento, até o último suspiro", declarou o porta-voz do governo
provincial, Khalid Pashtoon, ao
anunciar o final da operação, na
qual seis combatentes de origem
árabe foram mortos.
Os insurretos, que tinham
ameaçado explodir a sala em que
se encontravam se alguém a invadisse, pertenciam a um grupo de
19 combatentes feridos que tinham sido levados ao hospital
pouco antes de as forças anti-Taleban tomarem Candahar, em 7
de dezembro passado.
Alguns deles conseguiram escapar, e as forças especiais americanas detiveram dois outros. Ademais, um combatente se matou ao
detonar uma granada que estava
em suas mãos.
O major Chris Miller -das forças especiais americanas- afirmou que as forças afegãs tinham
liderado a operação. "Nosso papel
se resumiu a aconselhar e a auxiliar [os afegãos". Eles fizeram um
trabalho incrível. Foi uma operação inteiramente afegã", declarou
Miller.
Cruz Vermelha
Na capital afegã, Cabul, um porta-voz do Comitê Internacional
da Cruz Vermelha afirmou que a
entidade queria fotografar os
mortos. O CICV quer tentar identificar os cadáveres para informar
seus familiares.
"Trata-se de uma situação muito triste. Ela transformou o hospital numa zona de combate. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha espera poder tirar fotografias dos cadáveres. Isso é algo que
temos feito com todos os corpos
que encontramos no Afeganistão", afirmou Michael Kleiner,
porta-voz da entidade.
"Tentaremos tirar as fotos visando a identificá-los. Assim, poderemos ao menos informar as
famílias e entregar-lhes as fotografias", acrescentou.
Divergência
Autoridades e moradores da cidade de Hazar Qadam, atacada
pelos EUA na semana passada,
disseram no último final de semana que, diferentemente da versão
oficial americana, nenhuma das
pessoas mortas ou capturadas na
cidade era membro do Taleban
ou da Al Qaeda, como afirmara o
Pentágono.
"Havia rumores de que pudessem existir membros da Al Qaeda
nessa região, entretanto não há
nenhum", afirmou Jan Muhammad Khan, governador da Província de Oruzgan, que se localiza
a cerca de 120 km ao norte de
Candahar.
Segundo o Pentágono, na última quinta-feira, houve os mais
intensos enfrentamentos das últimas semanas. De acordo com
Washington, 15 combatentes inimigos foram mortos enquanto
outros 27 foram capturados na
operação militar realizada em Hazar Qadam. De acordo com Khan,
cerca de 60 pessoas foram mortas
na ofensiva americana, incluindo
alguns de seus homens.
Com agências internacionais
Próximo Texto: General Cardoso nega terrorismo na fronteira Índice
|