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ISRAEL
Reservistas podem ser presos
52 israelenses se negam a agir contra palestinos
DA REDAÇÃO
Cinquenta e dois reservistas do
Exército de Israel publicaram manifesto na imprensa do país afirmando que se recusam a atuar
nos territórios palestinos. "Não
continuaremos lutando para expulsar, destruir, bloquear, assassinar, fazer passar fome e humilhar
os palestinos", diz a declaração.
O chefe das Forças Armadas de
Israel, Shaul Mofaz, classificou
como "muito grave" o manifesto.
"É inadmissível que reservistas
queiram decidir o que fazer em
relação ao serviço militar", disse o
general. Os militares correm o risco de ser presos pela atitude.
Apesar de estarem na reserva,
esses oficiais continuam servindo
periodicamente o Exército. Em
Israel, o serviço militar é obrigatório e dura três anos para os homens e 21 meses para as mulheres. Porém até os 49 anos os israelenses são convocados anualmente para integrar o Exército pelo
período de cerca de um mês.
A atitude dos reservistas acontece em momento de forte tensão
em Israel, que está em estado de
alerta, com policiais fortemente
armados ocupando as principais
ruas de Jerusalém e Tel Aviv.
A ação acontece após quatro
atentados em menos de uma semana. Autoridades afirmam haver risco de novos ataques.
O controle nas fronteiras entre
Israel e os territórios palestinos
também foi intensificado pelo
Exército. A fiscalização de mulheres passaria a ser tão rígida quanto a dos homens, após uma palestina ter cometido atentado suicida anteontem em Jerusalém, que
matou um idoso israelense e deixou mais de cem feridos. Foi o
primeiro ataque desse tipo realizado por uma mulher.
Perto de Tel Aviv, um palestino
foi morto após atropelar dois policiais e um soldado, que ficaram
feridos. Para a polícia israelense, o
incidente foi um atentado. Os palestinos afirmam que era apenas
um ladrão de carros. No assentamento judaico de Elon Moreh, na
Cisjordânia, dois palestinos invadiram uma casa e feriram um menino de oito anos com faca. Nenhum grupo reivindicou a ação.
Pressionado pelos EUA e por Israel, o líder palestino Iasser Arafat
ordenou a prisão de Fuad al Shobaki, um dos principais responsáveis pelas finanças da Autoridade
Nacional Palestina (ANP). Ele estaria envolvido com o navio carregado de armas interceptado por
Israel no início do mês.
Os EUA afirmam que receberam de Israel provas do envolvimento da ANP no caso. A Casa
Branca estuda rompimento de laços com Arafat.
A postura dos EUA está sendo
considerada favorável a Israel entre os países árabes. Egito, Jordânia e Arábia Saudita, principais
aliados árabes dos norte-americanos, alertaram que a política dos
EUA pode causar sérios estragos a
interesses do país na região.
A União Européia respaldou
Arafat, dizendo que ele deve ser o
interlocutor dos palestinos, pois
sem ele a situação ficaria pior.
Com agências internacionais
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