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ELEIÇÃO NOS EUA
Pré-candidatos derrotados em New Hampshire fazem discurso otimista, vencedor pensa na "superterça"
Vitorioso, Kerry busca maior apoio no sul
DA REDAÇÃO
Após a vitória anteontem do senador John Kerry na primária de
New Hampshire, os pré-candidatos democratas iniciam uma nova
etapa no processo que vai escolher aquele que concorrerá pelo
partido à Presidência dos EUA.
Na próxima terça-feira, acontece
a primeira "superterça", com a
realização simultânea de prévias
em sete Estados.
O resultado final de New
Hampshire apresentou John
Kerry com 38,4%, Howard Dean
com 26,4%, Wesley Clark com
12,4%, John Edwards com 12% e
Joe Lieberman com 8,6%.
Em seu discurso após a confirmação da vitória, Kerry disse que
"agora a campanha se encaminha
para todas as partes do país". A
equipe de assessores do senador
pretende dar início a uma agressiva estratégia para reproduzir nacionalmente o sucesso obtido em
Iowa e New Hampshire.
A campanha de Kerry já começou um grande esforço publicitário nos sete Estados (Arizona, Delaware, Missouri, Novo México,
Oklahoma, Dakota do Norte e Carolina do Sul) que farão suas prévias no próximo dia 3. Ao contrário de outros pré-candidatos,
Kerry não estava veiculando
anúncios ali.
Kerry está aproveitando o bom
momento para aumentar o volume de contribuições e adesões à
sua campanha. Ontem, o mais
importante político negro da Carolina do Sul, o deputado Jim
Clyburn, anunciou seu endosso
ao senador por Massachusetts. A
campanha de Kerry também pretende explorar o recente apoio dado pelo ex-governador desse Estado Ernest Hollings e vai promover um encontro de veteranos das
Forças Armadas de todo o sul.
Auxiliares do pré-candidato
também disseram que os governadores de Michigan, Iowa e Arizona estão próximos de anunciar
publicamente suas adesões a
Kerry.
Otimismo geral
Mesmo com a vitória incontestável de Kerry, todos os demais,
sem exceção, procuraram dar declarações otimistas sobre o desempenho nas urnas. Até Lieberman, que não parece ter mais fôlego para continuar na disputa, se
recusou a admitir a derrota: "O
povo de New Hampshire me colocou dentro do ringue, e é aí que eu
vou permanecer".
As prévias do Partido Democrata estão atingindo agora um novo
patamar. De Estados pequenos
(Iowa e New Hampshire), que
dão poucos votos na convenção
que indicará o candidato, a disputa agora se expande para um nível
nacional.
Na terça-feira, vão estar em disputa 269 delegados (são necessários 2.162 votos para vencer a convenção do partido). O caucus de
Iowa e a primária de New Hampshire juntos deram somente 67 delegados.
Além disso, na semana que
vem, pela primeira vez no atual ciclo, a eleição democrata chegará à
região oeste e ao sul do país, onde
há uma grande população negra
-cujas preferências eleitorais
não raro são diferentes das da
maioria branca.
Analistas dizem que é cedo para
afirmar que Kerry vai se tornar o
candidato democrata e não descartam sequer as chances de John
Edwards. O senador da Carolina
do Norte tem boa presença na Carolina do Sul e, se obtiver uma votação expressiva, poderá fazer
frente a Kerry e Dean.
Com disputas simultâneas em
vários Estados, as campanhas
precisam adotar estratégias diferentes das que vinham sendo empregadas até aqui. Aparições públicas e contatos diretos com os
eleitores perdem espaço e ganha
mais importância a propaganda
pela TV. O time de Howard Dean,
por exemplo, ontem ainda hesitava entre comparecer a eventos em
todos os Estados ou se concentrar
nos locais onde o ex-governador
de Vermont tem mais chances.
Anteontem também aconteceu
a primária do Partido Republicano em New Hampshire. Sem contar com nenhum adversário de
peso, o presidente George W.
Bush foi escolhido por 85% dos
eleitores. Mais de 20 outras pessoas também receberam votos,
incluindo pré-candidatos democratas. John Kerry teve 2% dos votos na eleição republicana.
Com agências internacionais
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