São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

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Iraque diz ter matado 250 insurgentes em confrontos em Najaf

Em Bagdá, ataque de morteiros a escola secundária sunita mata cinco adolescentes; conflitos sectários provocam a morte de cerca de 60 civis em todo o país

DA REDAÇÃO

Tropas americanas e iraquianas atacaram ontem insurgentes que supostamente planejavam matar peregrinos no maior festival religioso xiita. Fontes do Exército iraquiano estimam que "250 homens armados" morreram ao longo do dia, em batalhas nas proximidades de Najaf, intensamente bombardeada por aviões norte-americanos. A cifra não é confirmada por informantes dos Estados Unidos.
Durante os confrontos, um helicóptero do Exército americano foi derrubado, provocando a morte de dois militares, segundo um porta-voz.
Também ontem, morteiros atirados numa escola secundária feminina de um bairro sunita de Bagdá mataram cinco adolescentes e feriram 20. Cerca de 60 civis morreram ontem em atentados em todo o país.
O ataque à escola ocorreu às 11h no bairro de Adil, a oeste da cidade. As bombas caíram num pátio interno, estouraram janelas e provocaram pânico generalizado.
Segundo a polícia, quatro garotas morreram instantaneamente, e uma quinta morreu pouco depois, em razão de ferimentos graves que sofreu.
Uma das entidades sunitas, a Conferência Geral dos Povos do Iraque, acusou as milícias xiitas pelo episódio e disse que os morteiros utilizados eram de fabricação iraniana.
Ainda na capital, um grupo armado emboscou o automóvel que transportava o secretário-geral do Ministério da Indústria, Adel Mehsun al Lami, um sunita. Ele foi morto, assim como sua filha e dois outros ocupantes do veículo.
O EUA afirmaram que soldados americanos capturaram 21 suspeitos de terrorismo num bairro sunita da capital. Três dos presos integrariam a hierarquia operacional da Al Qaeda no Iraque.
Porta-vozes militares disseram que três soldados americanos morreram no sábado, dois deles em Bagdá, e o último, em Anbar, Província controlada pela insurgência sunita.
Em outros incidentes, a explosão de uma bomba matou uma pessoa num ônibus que circulava por um bairro xiita de Bagdá.
Quatro outros xiitas morreram -entre eles, duas mulheres- horas depois, quando um carro-bomba explodiu em Sadr City, um dos bairros mais pobres da cidade.
Enquanto isso, o Irã anunciou ter fechado parte de sua fronteira com o Iraque para conter o ingresso de peregrinos que participariam dos festejos da Ashura, que relembram o martírio do imã Hussain, personagem da tradição xiita neto do profeta Maomé.

Proteção do Irã
O jornal britânico "Times" informou ontem que, para evitar a ação de comandos americanos, líderes dos milicianos xiitas ligados a Moqtada al Sadr refugiaram-se no Irã.
A informação é atribuída a um ex-ministro iraquiano. O informante, que é sunita, afirma ter indícios de que a operação conta com o aval do primeiro-ministro Nuri al Maliki, xiita e apoiado por Sadr.
O ex-ministro também disse que parte do arsenal de Sadr foi escondida em dependências do Ministério do Interior para evitar que fosse confiscada.


Com agências internacionais


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