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SUCESSÃO NOS EUA / DEMOCRATAS NA BERLINDA
"Times" questiona defesa de Hillary a subsídios do álcool
Jornal diz que candidata recebeu doação de fundo alcooleiro, e Bill Clinton investe no setor
Firma citada aplica no Brasil; republicanos passam a focar Obama, que recebe duplo ataque de Bush e McCain sobre sua política externa
DA REDAÇÃO
Depois de questionar a relação do republicano John
McCain com os lobbies em uma
reportagem polêmica divulgada na semana passada, o "New
York Times" agora levanta um
possível conflito de interesses
entre votos de Hillary Clinton
no Senado americano sobre o
álcool e doações à sua campanha de uma empresa que investe no setor e tem, inclusive, participação em firma brasileira.
"[Hillary] Clinton defendeu
uma lei que daria bilhões em
incentivos federais ao álcool e,
sobretudo em seu Estado-base,
Nova York, trabalhou em prol
de um ambiente de negócios favorável aos investimentos em
etanol procurados por amigos
de seu marido e apoiadores políticos seus", diz o texto, colocado no site do jornal na madrugada de ontem. A campanha da
senadora, afirma o "Times",
não quis comentar o assunto.
A reportagem cita eventos da
Clinton Global Initiative, misto
de entidade filantrópica e rede
de investidores montada pelo
ex-presidente Bill Clinton que,
entre outras coisas, defende a
produção de combustíveis limpos (como o álcool).
Refere-se também à Yucaipa
Companies, fundo de investimento privado e eventual beneficiária da lei defendida por
Hillary -da qual seu marido é
um dos conselheiros e cujo dono, Ron Burkle, levantou centenas de milhares de dólares
para suas campanhas.
A Yucaipa, segue o texto, investiu milhões na Cilion Inc.,
que está construindo usinas de
álcool pelos EUA, incluindo
duas em Nova York, nas quais
teriam recebido "ajuda" do gabinete de Hillary, segundo um
executivo. São ações que vão de
promover fóruns de investidores sobre álcool à oferta dos
serviços de sua equipe.
A empresa também tem investimentos no Brasil, por
meio da Brazilian Renewable
Energy Co., (Brenco), fundo dirigido pelo ex-presidente da
Petrobras Henri Philippe
Reichstul e que teve investimento -embora modesto, cerca de US$ 20 mil- de Clinton.
Hillary, no entanto, votou
para aumentar a taxação do
produto brasileiro nos EUA.
Obama
A senadora parece estar sendo, aos poucos, excluída da disputa. Ao menos por seus advsersários governistas, que, com
dianteira cada vez maior de Barack Obama, focam nele os ataques. Ontem, a dose foi dupla.
John McCain, o favorito para
a candidatura republicana, acusou Obama de querer "entregar
o Iraque a Al Qaeda" por causa
de sua promessa de retirar as
tropas americanas do país árabe tão logo assuma uma eventual Presidência.
Do atual ocupante do cargo,
George W. Bush, veio uma crítica à sua defesa da negociação
direta e sem precondições com
governantes de países que os
EUA hoje consideram hostis,
como Cuba e Irã. "O que temos
a perder abraçando um tirano?
Mandaremos a mensagem errada", disse o presidente, que
tem se mantido fora da campanha, citando Raúl Castro. "Não
digo que nunca vamos conversar, mas agora não é hora."
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