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Curdos avançam rumo a Kirkuk;
Iraque responde com bombardeio
DA REDAÇÃO
Guerrilheiros curdos avançaram sobre posições iraquianas e
chegaram perto de Kirkuk, cidade
rica em petróleo e controlada pelas tropas de Saddam Hussein.
Em resposta, os iraquianos bombardearam a cidade de Chamchamal, controlada pelos curdos.
A movimentação aumenta as
tensões na frente norte da guerra
contra o Iraque. Os curdos são
aliados dos EUA, que tentam
abrir uma nova linha de avanço
contra Bagdá. Mas são inimigos
da Turquia, que já vetou o uso de
seu território por tropas americanas e tem ameaçado mandar soldados para a região para conter
refugiados e o separatismo curdo.
Os guerrilheiros curdos, conhecidos como peshmergas ("aqueles que enfrentam a morte", em
curdo), avançaram ontem sobre a
linha de frente do Exército iraquiano, ao redor de Chamchamal.
Eles teriam chegado a 15 km de
Kirkuk, estratégica para os EUA,
onde há fortes defesas iraquianas.
O avanço dos peshmergas se seguiu a bombardeios dos EUA sobre as colinas que cercam Chamchamal e à chegada de mil pára-quedistas americanos à base aérea
de Harir, em território curdo.
O comandante curdo Mam
Rostam mandou 300 peshmergas
para posições iraquianas abandonadas após os bombardeios.
A reação iraquiana não tardou.
No início da noite de ontem (fim
da manhã no Brasil), Chamchamal foi bombardeada pela artilharia iraquiana, possivelmente a
partir de Kirkuk, sem relatos de
mortos ou feridos.
Os curdos iraquianos estão preparando campos para abrigar até
500 mil pessoas que eventualmente fugirem do território de
Saddam. Os planos são parte do
esforço curdo de mobilizar seus
recursos limitados se a guerra se
intensificar no norte.
O ministro turco das Relações
Exteriores, Abdullah Gul, avisou
ontem os curdos do norte iraquiano para não fazer nada que
pudesse "provocar" a Turquia,
que já tem 40 mil homens do seu
lado da fronteira iraquiana, prontos para entrar no país.
Pressões dos EUA, da UE e da
Otan parecem ter persuadido Ancara a não enviar tropas ao Iraque
para conter fluxo de refugiados
para a Turquia e sufocar qualquer
tentativa de independência do
Curdistão (território dividido entre Turquia e Iraque).
Mas o governo turco se opõe a
ataques curdos a Kirkuk e a Mossul, cidades cujo petróleo poderia
financiar a independência do
Curdistão no pós-guerra.
Com agências internacionais
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