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AÇÃO MILITAR
Iraquianos atacam comboios e forçam coalizão a fazer pausa para se reagrupar ao sul de Bagdá
Guerrilha reduz suprimentos dos EUA
DA REDAÇÃO
Pressionados por problemas logísticos, que interferem no deslocamento de tropas e suprimentos,
e com um número considerado
por analistas insuficiente de soldados em posição para um cerco
final de Bagdá, os EUA desaceleram o ritmo de suas operações no
Iraque e ensaiam explicações para
o prolongamento da guerra.
O general Willliam Wallace, comandante das forças terrestres
em território iraquiano, reconheceu em entrevista ao jornal "The
Washington Post" que ""problemas logísticos" aconselharam a
"uma pausa [no avanço]".
Fontes do Pentágono informaram que unidades específicas "recuperam forças e se preparam para a retomada do combate".
Pelo menos uma unidade, a 3º
Divisão de Infantaria do Exército
americano, que se encontra nas
cercanias de Najaf (ao sul de Bagdá), não deveria tomar parte em
ações contra os iraquianos ontem. A leste de Najaf, unidades
com marines fizeram pausas em
seus avanços "para se reagrupar e
receber provisões".
Receber provisões se revelou
um grande problema, agravado
pelas táticas usadas pelos soldados e milícias fiéis a Saddam Hussein. Exemplo foi o ocorrido anteontem em Diwaniah (centro-sul
do Iraque), de acordo com o
"New York Times". Um comboio
com 300 veículos americanos partiu em direção ao norte carregando combustível e armamentos
para unidades com 22 mil marines distantes 10 km. Atacado por
iraquianos, o comboio foi obrigado a recuar, mas não para o ponto
de onde partira, mas para onde
estava estacionado três dias antes.
O rápido avanço no interior iraquiano nos primeiros dias de
guerra acabou por deixar as unidades americanas 300 km distantes da base principal -e com linhas de suprimento vulneráveis a
ataques. "O inimigo contra o qual
lutamos é diferente daquele para
o qual havíamos nos preparados", admitiu o general Wallace
na entrevista ao "Post".
Oficiais da reserva dos EUA criticam o Pentágono por ter iniciado a guerra com tropas terrestres
supostamente insuficientes.
Ao que ontem o general Richard Myers, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos
EUA, respondeu sustentando que
a estratégia (de cercar as cidades e
não invadi-las, enquanto tropas
seguiam para Bagdá) adotada pela coalizão "é brilhante". Myers
sustentou que, na ofensiva militar, o governo iraquiano já perdeu
o controle de entre 35% e 40% do
território do país. E que a coalizão
anglo-americana detém supremacia sobre 95% do espaço aéreo.
Como esperado, Bush saiu em
defesa de seus comandados: "A
atual geração de militares não nos
decepciona". De qualquer forma,
tratou de preparar a opinião pública norte-americana "para perdas [de soldados] que devem
ocorrer na batalha por Bagdá".
Soldados que, segundo a BBC,
começam a ter sua moral afetada
pela dura resistência iraquiana,
por se depararem com táticas de
guerrilha e pelo fato de o governo
dos EUA ter ofertado à população
uma guerra rápida. "Para mim já
chega de receber tiros de todos os
lados. Quero apenas ir para casa",
disse um marine, em uma das
frentes em Nassiriah, região em
que os EUA anunciaram o desaparecimento de quatro soldados
em combates ontem.
As autoridades iraquianas acusaram os EUA de dispararem
bombas de fragmentação contra
Najaf, cidade sagrada para os muçulmanos xiitas. As bombas teriam matado 26 civis e ferido outros 60 até a quinta-feira. Segundo
a Reuters, ao menos 20 foguetes
foram lançados rumo à cidade.
Com agências internacionais
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