DA REDAÇÃO

O secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, advertiu a Síria a parar de enviar equipamentos militares para as forças iraquianas e acrescentou que o governo sírio será responsabilizado por esses "atos hostis".
A Chancelaria síria rechaçou a acusação afirmando que as acusações são "infundadas e irresponsáveis". Em Bagdá, o governo iraquiano também rejeitou as afirmações.
Rumsfeld disse considerar "esse tráfico [de armas] como um ato hostil e o governo sírio será responsabilizado por isso".
Segundo ele, a entrada de equipamento militar atrapalha a ofensiva dos EUA ao Iraque.
"Não há dúvida de que o envio de suprimentos e equipamentos militares, ou até mesmo pessoas, através da fronteira da Síria com o Iraque complica a situação."
Questionado se os EUA estavam planejando uma ação militar contra a Síria, o secretário tergiversou : "Estou dizendo exatamente o que estou dizendo. Cada frase é dita cuidadosamente. Esses carregamentos são uma ameaça imediata para a coalizão".
O ditador sírio, Bashar al Assad, havia dito anteontem que a Síria poderia ser o próximo país a ser atacado pelos EUA e criticado o ataque ao Iraque.
Em outra questão, sobre se o governo sírio estaria patrocinando os carregamentos de armas para o Iraque, Rumsfeld disse que isso "é um assunto para a inteligência". Porém, segundo ele, "o governo sírio controla a fronteira".
O secretário não forneceu informações detalhadas sobre os carregamentos de armas. Não se sabe quando nem por onde eles teriam atravessado a fronteira. Ele afirmou apenas que, entre os equipamentos militares, estariam óculos de visão noturna.
O diário israelense "Haaretz" indicou que refugiados palestinos, baseados no Líbano, estariam ingressando no Iraque por meio da Síria para lutarem como voluntários para defender o regime de Saddam Hussein.
Por esse motivo, diz o jornal, ataque contra um ônibus sírio que deixou cinco mortos pode ter sido intencional, pois o veículo estaria levando guerrilheiros.
A Síria é o único país árabe que integra hoje o Conselho de Segurança da ONU, como membro provisório. O país tem se aproximado do Iraque desde a Guerra do Golfo, em 1991. Antes, os dois países não tinham boas relações.

Irã
Rumsfeld também protestou contra a suposta presença no território iraquiano de milícias xiitas opositoras a Saddam Hussein, mas armadas pelo Irã. O país integra o denominado "eixo do mal" pelos EUA, ao lado da Coréia do Norte e do Iraque.
As milícias são denominadas Brigadas Badr, sendo compostas por exilados iraquianos.
Os xiitas são maioria no Iraque, que é controlado pelos sunitas, e recebem apoio do Irã, também majoritariamente xiita. Eles são contra a presença dos americanos no país após a derrubada de Saddam Hussein.