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Ação em Fallujah dificulta transição, diz Annan; bombardeio é retomado
DA REDAÇÃO
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, criticou o bombardeio
da cidade iraquiana de Fallujah
pelos EUA, que ontem entrou em
seu segundo dia, e afirmou que a
ação alimentará a resistência e dificultará a transição política.
Após o ataque de anteontem à
noite, os marines americanos lançaram novos bombardeios e ataques terrestres contra a cidade sunita, onde estão radicados entre
1.000 e 2.000 insurgentes no que o
presidente George W. Bush chamou de "bolsões de resistência".
"Nossos comandantes militares
farão todo o necessário para garantir a segurança em Fallujah em
nome do povo iraquiano", disse
Bush, em Washington. "A maior
parte de Fallujah está voltando ao
normal. Há bolsões de resistência,
mas nós vamos tornar a cidade
segura, vamos cuidar dos que quiserem interromper a marcha da
liberdade, como ocorre agora."
Segundo o porta-voz das forças
americanas no Iraque, general
Mark Kimmitt, o ataque de anteontem foi deflagrado quando
soldados dos EUA viram dois caminhões em movimento, com os
faróis apagados, num local em
que insurgentes operavam horas
antes. Aviões AC-130 bombardearam os veículos, que carregavam munição e explodiram, dando início a uma hora de combate
entre soldados e insurgentes.
Segundo testemunhas, oito casas no bairro de Jolã, o mais atingido, foram destruídas, mas todas
estavam vazias.
Apesar da intensidade dos ataques, hospitais locais haviam registrado, até a noite de ontem, dez
feridos e nenhum morto.
Negociação
Por duas semanas, os EUA buscaram uma solução negociada para o impasse, temendo que uma
nova ofensiva vitimasse civis, já
que a geografia da cidade, 50 km a
oeste de Bagdá, dificulta o uso de
bombas de precisão. Uma ação
militar no início do mês resultou
na morte de mais de 600 iraquianos, a maioria dos quais foi enterrada em valas comuns abertas em
dois campos de futebol.
"Quanto mais as forças de ocupação forem vistas tomando medidas que prejudiquem os civis,
mais crescerão as fileiras da resistência", disse Kofi Annan. "O momento é de contenção e diálogo. É
uma situação difícil, mas é preciso
ser cuidadoso para que as coisas
não piorem."
Durante a madrugada, novas
explosões e tiros foram ouvidos
na região sudoeste da cidade. À
tarde, aviões americanos haviam
lançado dez bombas guiadas por
laser contra prédios usados como
posto de combate pela insurgência, a maioria delas de 250 kg e
uma de meia tonelada.
As patrulhas militares na cidade, no entanto, foram adiadas em
um dia, para que os marines recebessem treinamento adicional. A
operação deve ser promovida em
conjunto com a polícia iraquiana.
Também ontem, dois soldados
ucranianos morreram em um
ataque com granadas-foguetes
durante uma patrulha na região
de Kut (sul), e um soldado dos
EUA foi morto quando uma
bomba explodiu em uma estrada
no norte do país. Em Mossul, cinco policiais iraquianos foram
mortos em um ataque à casa de
um delegado.
Diante da intensificação da violência, os EUA anunciaram que
aumentarão sua frota de tanques,
mudando a estratégia inicial de
reduzi-la em 2004.
Com agências internacionais
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