DA REDAÇÃO

As investigações sobre os atentados de 11 de março último, em Madri, revelaram ontem, pela primeira vez, uma possível conexão com o terrorismo islâmico que vitimou os Estados Unidos no 11 de Setembro de 2001.
O juiz que chefia as investigações, Baltasar Garzon, indiciou ontem um marroquino foragido, Amer Azizi, 36, como um dos supostos responsáveis pelo planejamento das explosões em trens de subúrbio madrilenos.
O mesmo Azizi estava presente em julho de 2001 a um encontro entre dirigentes da Al Qaeda em Tarragona, Espanha, do qual teria participado também Mohamed Atta, saudita que liderou os terroristas do 11 de Setembro.
A reunião se destinava a finalizar os preparativos dos atentados em Nova York e Washington.
Garzon indiciou Azizi por múltiplos homicídios, "tantos quanto os que foram cometidos" nos atentados em território americano. O terrorista foi incumbido da organização da reunião de Tarragona e funcionou como um mensageiro entre os conspiradores.
Ainda segundo Garzon, Azizi é um adjunto de Imad Yarkas, preso em novembro de 2001 sob a alegação de ser o chefe da célula da Al Qaeda na Espanha, que teria sido encarregada de dar apoio logístico e financeiro para os atentados nos Estados Unidos.
Os atentados de Madri fizeram 191 mortos e deixaram 2 mil feridos. O Ministério do Interior da Espanha já suspeitava de Azizi.