|
Próximo Texto | Índice
ARGENTINA
Pai de C.C., 12, diz que Patricia Chávez teve relação amorosa com seu filho, que passará por exames médicos
Professora é acusada de seduzir garoto
AUGUSTO GAZIR
de Buenos Aires
O suboficial da Marinha argentina Vicente Correa, 49, denunciou
à polícia de Punta Alta (600 km da
capital argentina, Buenos Aires) a
professora Patricia Chávez, 30,
por ter seduzido e escrito cartas de
amor ao seu filho, C.C., 12.
O caso está sendo chamado na
Argentina de versão "light" da relação entre a professora norte-americana Mary Kay LeTorneau e
um aluno. LeTorneau ficou grávida do garoto e foi condenada em
fevereiro à prisão pela Justiça (leia
texto ao lado).
A professora Patricia Chávez foi
suspensa temporariamente da escola Hugo Sallnier, de Punta Alta,
pela Direção Geral de Cultura e
Educação da Província de Buenos
Aires.
A denúncia de Vicente Correa
foi encaminhada aos juízes Guillermo García
Pereira (de
menores) e
Guillermo
Giambelucca
(penal), de Bahía Blanca (30
km de Punta
Alta). A DDI
(Direção do
Departamento
de Investigação) da cidade
espera autorização dos juízes para convocar a professora para depor.
A Folha não conseguiu localizar
Patricia Chávez, casada com um
agente da Polícia Federal, em Punta Alta. Segundo a polícia, ela estava "transtornada" com a denúncia. A família de Vicente Correa
não aceitou falar com a reportagem do jornal.
Apaixonados
Correa entregou à DDI quatro
cartas que teriam sido escritas pela
professora Chávez ao seu filho,
durante o ano passado.
A Folha apurou, junto ao departamento de investigação, que C.C.
afirmou que havia recebido as cartas da professora. O garoto se
mostrou apaixonado pela professora e comentava sobre ela como
um adulto.
As supostas cartas de Patricia
Chávez tinham o mesmo tom
apaixonado, com "promessas de
amor".
"Pareciam cartas de namorados. Ela prometia muito amor",
afirmou o delegado de plantão de
Punta Alta, Ariel Pucheta. A denúncia foi apresentada à delegacia
na última sexta-feira e logo encaminhada à DDI.
O filho dos Correa não falou no
departamento de investigação se
teve ou não contato íntimo com a
professora. As cartas também não
tratam do tema.
C.C., que é o mais novo de cinco
irmãos, vai passar por exames médicos para diagnosticar se ele
manteve relações sexuais com a
professora. A caligrafia das cartas
também vai ser
analisada e
comparada
com escritos
de Patricia
Chávez.
Segundo a
DDI, o garoto
frequentava a
casa da professora. Ele dizia
aos pais que ia
brincar com o
filho de Chávez, de 5 anos.
Segundo depoimento de Vicente
Correa à polícia, a desconfiança
começou porque o filho chegava
muito tarde quando ia à casa da
professora.
Se for confirmado que as cartas
são da professora, ela pode ser
condenada pela Justiça argentina,
mesmo que não tenha mantido relações com C.C.. Chávez seria julgada por "abuso desonesto" de
menores.
No caso da professora norte-americana LeTorneau, cartas também tiveram papel chave. O episódio foi descoberto quando o marido da professora descobriu em sua
casa cartas do aluno.
Próximo Texto | Índice
|